“Na reunião do COPOM desta semana, o Banco Central pode adotar uma postura mais agressiva, aumentando a Selic em até 0,75 p.p., dependendo da avaliação do cenário econômico”, diz Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio
“A publicação do Relatório Focus desta semana veio em linha com a validação das expectativas para um posicionamento mais agressivo por parte do COPOM.A alteração da taxa Selic de 11,75% para 12% está alinhada a uma série de temores que continuam rondando a economia brasileira, envolvendo a alta consistente do dólar e o tão conhecido risco fiscal. Para se ter ideia, as expectativas de inflação para todos os próximos anos foram revisadas para cima, o que acaba gerando maiores preocupações, e isso também ocasionou mudanças nas projeções de taxas de juros para 2024 e 2025. Isso evidencia que o problema inflacionário não será tão fácil de resolver e que algo que antes parecia simples agora se torna mais estrutural, reduzindo o poder de compra da população de forma mais intensa. Essa situação exige uma intervenção significativamente mais agressiva por parte do COPOM, não apenas nesta reunião, mas também nas próximas.”, Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos
“O Boletim Focus deste mês indica uma projeção de inflação acima da meta para 2024, com o IPCA estimado em 4,84%, e uma expectativa de 4,59% para 2025. Essa pressão inflacionária levou os economistas a ajustarem suas previsões para a Selic, com uma alta prevista de até 12% ao final de 2024. Na reunião do COPOM desta semana, o Banco Central pode adotar uma postura mais agressiva, aumentando a Selic em até 0,75 p.p., dependendo da avaliação do cenário econômico. Isso pode impactar negativamente setores dependentes de crédito, como o varejo e a construção, mas visa controlar a inflação e manter a estabilidade econômica.”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio
“O Focus desta semana reforçou a necessidade de um posicionamento mais agressivo do COPOM, especialmente diante da revisão para cima das expectativas de inflação e das projeções de juros para os próximos anos. Devemos ver um aumento de 0,75% na taxa nesta quarta, um cenário que impacta diretamente a construção civil, ao elevar os custos de financiamento e reduzir a capacidade de investimento, além de restringir o acesso ao crédito imobiliário, dificultando novos projetos e desacelerando o setor.”, Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest
“A divulgação do Relatório Focus desta semana reafirma um cenário desafiador para o mercado de investimentos, com revisões para cima nas expectativas de inflação e juros para 2024 e 2025. A possível elevação da taxa Selic para 12% reflete o esforço do COPOM em conter pressões inflacionárias, mas também implica maior custo de capital e volatilidade nos ativos de renda variável. Investidores devem adotar cautela, priorizando ativos mais resilientes à alta de juros, como títulos pós-fixados e setores defensivos, enquanto avaliam oportunidades em mercados impactados pela restrição de crédito, como o varejo e a construção civil.”, Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus
“A perspectiva de uma Selic mais elevada em 2024 pode representar um desafio para o setor corporativo, sobretudo em relação ao custo de capital e à expansão de negócios. No entanto, também reforça a atratividade de empresas brasileiras que apresentem fundamentos sólidos e resiliência em um ambiente de juros altos. Investidores têm buscado oportunidades em setores mais resilientes e que se beneficiem de um cenário doméstico mais estável. Se confirmada, a elevação de 0,75 p.p. na taxa de juros reforça um cenário desafiador para empresas que dependem de financiamentos no mercado interno. No entanto, ela também pode representar um cenário atrativo para investidores em busca de estabilidade em ativos brasileiros, especialmente em setores estratégicos como exportação e infraestrutura, que costumam ter desempenho positivo em contextos de alta de juros”, João Kepler, CEO da Equity Fund Group.
“Estamos no final de 2024, e o Relatório Focus trouxe ajustes significativos que têm chamado atenção. A projeção para a inflação subiu de 4,71% para 4,84% em apenas uma semana, mas o dado mais alarmante é a estimativa para o final de 2025, agora acima do teto da meta, em 4,59%. Além disso, o Focus já indica que a inflação ao final de 2024 também deverá superar o limite estabelecido. No cenário macroeconômico, o PIB segue dentro das expectativas do mercado, com previsão de fechamento em 3,39% neste ano. Já o câmbio, que demorou a ser ajustado, agora projeta um dólar a R$5,95 no fim de 2024. Outro dado relevante é a taxa Selic, que deve alcançar 12%, alinhada à expectativa de um aumento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Banco Central. No entanto, o mercado começa a precificar uma Selic de 13,5% para o final de 2025, muito acima do esperado, refletindo as pressões inflacionárias persistentes e os desafios enfrentados para reduzir a inflação tanto neste ano quanto no próximo. Isso evidencia a complexidade do cenário econômico e a necessidade de políticas monetárias mais contundentes.”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike
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