Há muito tempo aguardava pela tarde de 30.12.2024
A viagem ao mundo dos sonhos, com o privilégio da terceira dimensão, a meio da explosão de cores, foi experiência inédita vivenciada na galeria do artista que conheci adolescente, ainda nos bancos escolares.
Realizava-se o antigo desejo de conhecer in loco o espaço de criação de um artista extraordinário que Piracicaba oferece ao mundo.
Ali estava o descendente do “nono Palmiro”, em sua modéstia e simpatia, criador de experiências estéticas inovadoras no campo da Arte.
O mesmo que provoca surpresa e admiração quando atira formas e cores à tela branca, com a força de um Salto de Piracicaba, em busca da transfiguração artística do mundo imaginário que nos é dado a conhecer.
O transbordamento de imagens indefinidas a meio da explosão de cores, irrompe os sentidos em multidimensionalidade, permitindo ao observador apreender formas plausíveis de comparação às experiências visuais próprias da natureza humana.
Experiência única em cada indivíduo.
Nessa dinâmica podem se insinuar espaços urbanos alternativos, New York, Paris, São Paulo, Gaza, ou paisagens de neve, montanhas e mares, flores desconhecidas.
A depender do foco e da sensibilidade do observador, tudo se transfigura numa dialética de luz e sombra, sintetizando a obra final, líquida e fluente, mansa e agitada, como argonautas em busca de uma angra.
É Arte que jorra aos olhos, sem pedir licença; que fascina e faz por pedir mais.
Não deixa esquecer, não cansa de lembrar e se instala na memória. Mágicas de Palmiro ou impulso avassalador de criação artística em crise de maravilhas?
Um pequeno adendo.
Um ex-aluno é sempre um filho que se toma ao longo da vida e de quem recebemos o carinhoso abraço.
Deixo-lhe a minha benção, junto com a admiração pelas suas criações na vanguarda da beleza que nos elevam para mais perto de Deus.
Sempre amiga.
Marly Therezinha Germano Perecin
Piracicaba, 31 de março de 2025