Quando tinha 10 anos, Marcelo Andrade, chamado carinhosamente pela mãe de Tchelo, desembarcou de Itabuna, na Bahia, para vir morar em Piracicaba, na região de Santa Teresinha, hoje um pouco mais que “trintão”, surge como um novo e importante fazedor de cultura em nossa cidade. Inquieto, fez amigos no ginásio, hoje transformados em parceiros dos seus sonhos e da sua imaginação. Foi o reencontro entre eles que começou a dar forma a um projeto, apoiado pelo Proac, programa de incentivo a cultura, aportado pela Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústrias Criativas. Foram pelo menos três anos de pesquisa, desde quando Tchelo conheceu a figura do Dr. Preto, imóvel e impávida, lá no Engenho Central e despertou sua curiosidade sobre quem era o tal personagem que cuidava, impávido, dos rumos e acontecimentos do velho Engenho da cidade, “um dos locais mais visitados da cidade”, segundo Tchelo.
O passo seguinte foi buscá-lo onde imaginou que estariam suas memórias transformadas em livros. Foi à biblioteca municipal, perguntou pelo apelido de Dr. Preto. Não havia nenhum livro sobre ele. Fo às redes sociais, encontrou umas poucas linhas no Facebook. De lá extraiu a primeira pista, para um projeto ainda indefinido. E sem financiamento. O Dr. Preto, ou André Ferreira dos Santos, era natural de Macaé, Rio de Janeiro. Nasceu em 1873, sendo pedreiro e músico, ingressando na faculdade de farmácia e depois medicina, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1918, vem a Piracicaba, atuando no corpo clínico da Santa Casa de 1921 a 1928. Auxiliou na epidemia de tifo que acometera várias cidades do interior. Procurou abrir um hospital e maternidade. No entanto, foi impedido por questões políticas e de preconceito racial. Voltou ao Rio de Janeiro em 1929, falecendo em 23 de junho de 1942. O busto é de autoria de Rosana Alberto. (Foto Marcelo Oliveira e texto de Edson Rontani Júnior) o qual rendemos nossa gratidão.
A partir daí foram mais de três anos entre pesquisas, depoimentos, criatividade para chegar ao livro recém lançado. Cuja metodologia incluía ouvir o público alvo, estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares da cidade.
E com a mesma intensidade com que vinha as sugestões e respostas, Tchelo juntou amigos do ginásio, Kurts e Amaral, para irem pensando e repensando uma história que começou com 20 páginas e termibno0u com mais de 200, transformadas num livro. O tempo para começar a editar o trabalho foi ficando curto e, enfia. Dr. Preto “livrou-se”, impresso por uma editora de Juiz de Fora/MG. E lançado recentemente na biblioteca de Piracicaba, no dia 20 de fevereiro, seguido com bate papo com os autores, Tchelo Andrade autor do roteiro; Wagner Kurts fez as artes e Renan Amaral a arte-final.
A HQ:
Uma organização criminosa pretende despertar uma antiga entidade maligna da cidade de Piracicaba: “A Inhala Seca” e junto a ela, espalhar uma série de doenças e pragas pelo mundo. Agora, os jovens da Fundação Triunfo, são os únicos que podem impedir essa calamidade. Correndo contra o tempo para salvar o futuro, eles deverão resolver enigmas, desbravar lugares esquecidos e encontrar a ciência secreta do Dr. Preto, uma figura histórica muito importante, mas que foi esquecida com o tempo.
“Memórias Extraordinárias” é uma história de aventura e esperança inspirada no cenário de RPG-Fundação Triunfo, repleta de reviravoltas e batalhas empolgantes que pretende levar você para conhecer os mistérios, as lendas e o extraordinário na cultura negra do nosso país. Encoraje de Volta!
Muito mais do que uma história em quadrinhos, Memórias Extraordinária reúne o trabalho de três anos de pesquisa e resgate de importantes nomes da cultura piracicabana: a figura histórica de André Ferreira dos Santos, o Dr. Preto, primeiro médico negro de Piracicaba e a lenda da “Inhala Seca”, a assombração de mulher magra e cabelos desgrenhados que que permeia o imaginário local.
Os mangás são sucesso no Brasil, justamente por apresentar narrativas fáceis de entender, ao optar pelo estilo mangá, os autores celebram narrativas que possam ao mesmo tempo divertir e ensinar o público jovem. Pensando formas de fazer a lei 10.639 e 11.645 que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.
O roteiro percorre ainda alguns pontos que são referências culturais importantes e decisivas para a cidade, como o Rio Piracicaba, o Engenho, a fábrica Boyes, a escola estadual “Moraes Barros”, a ponte Irmãos Rebouças/Mirante e o busto do Dr. Preto no próprio Engenho Central.
A Associação Cultural:
Por trás deste e outros projetos culturais está a Fundação Triunfo, presidida por Tchelo, com associados me Piracicaba e muitas outras cidades brasileiras, é uma associação cultural que busca enaltecer comunidades no enfrentamento à violência. Assim, a iniciativa vem construindo desde 2019 jogos e produtos culturais com o objetivo de desenvolver nos seus participantes as habilidades: Conhecimento Histórico, criatividade, cooperatividade e empatia. Difundindo conhecimentos científicos e populares para gerar impactos nas comunidades, enaltecer suas culturas e buscar melhores condições de vida de forma sustentável.
A empresa ASSOCIACAO CULTURAL FUNDACAO TRIUNFO, com a razão social ASSOCIACAO CULTURAL FUNDACAO TRIUNFO, opera com o CNPJ 52.781.221/0001-48 e tem sua sede localizada na Rua Jose Zilio, 128 – Santa Terezinha, Piracicaba – SP, 13.411-042. Seu foco principal de atuação é de Atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte, de acordo com o código CNAE S-9493-6/00. É possível acessá-la também pelo Instagram,
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