No dia 9 de abril, realizamos na Câmara Municipal de Americana uma importante Audiência Pública sobre a questão dos pedágios nas rodovias paulistas. A iniciativa foi de nosso mandato popular, com a coparticipação dos mandatos da deputada Ana Perugini e da vereadora de Americana Juliana Soares.
Além de grande público, das regiões de Piracicaba, Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, Circuito das Águas e outras, estiveram presentes o deputado estadual Paulo Batista Reis (PT), a vereadora Raí de Almeida (Piracicaba), a vereadora Silvinha Morales, do mandato coletivo “A Cidade é Sua”, de Piracicaba, e representantes de sindicatos, entidades e da sociedade civil, além dos vereadores de Santa Bárbara d`Oeste Ester Moraes (PV) e Carlos Fontes (União Brasil).
Foi mais um momento de mobilização e resistência em defesa do nosso direito de ir e vir. Além de onerar nossos bolsos diariamente com altas tarifas, prejudicando quem mora e trabalha no interior, o modelo “free flow” que o governo quer implantar nos pedágios não gera empregos, não tem cabines, não tem trabalhadores. É uma proposta que só beneficia as concessionárias e prejudica quem mais precisa das rodovias. Os trabalhadores e a população em geral serão atingidos duplamente: pagando as tarifas e arcando com o aumento dos preços dos produtos, já que o custo do frete também vai subir. Mais um peso no bolso de quem já vive com dificuldade.
Se já é grave em si mesma, a questão dos pedágios levanta um debate mais amplo, sobre a concepção de sociedade e o modelo de gestão pública que queremos. Para você, o Estado, sustentado com nossos impostos, deve equalizar as condições de vida para todos e atender as necessidades dos mais vulneráveis ou beneficiar os privilegiados e criar “um bom ambiente de negócios”, como já declarou o governador Tarcísio de Freitas?
Se a sociedade não necessitasse de um aparato para proteger os cidadãos, regular as relações coletivas e atender os que mais precisam, o Estado não existiria. Dessa forma, não faz sentido a voracidade com que o governo do senhor Tarcísio desmantela o aparato estatal e entrega metrô, trens, empresas lucrativas como a SABESP e quer entregar escolas, Fundação Casa e outros órgãos, empresas e serviços a grupos privados, alguns criados especialmente para essa finalidade, por meio de consórcios.
O Estado não existe para satisfazer necessidades de empresas privadas. Para obter lucro, elas devem atuar no chamado “mercado”, que tanto enaltecem. Tampouco o Estado existe para gerar lucro, ele mesmo, como se fosse uma empresa. É uma vergonha que o Estado de São Paulo tenha gerado um superávit de R$ 40 bilhões em 2024 e corte R$ 11 bilhões da Educação.
Temos que nos indignar, e nossa indignação tem que se transformar em ações concretas. A população precisa se conscientizar do poder que tem. Poder de se reunir, de se manifestar, de reivindicar e o grande poder do voto. O voto pode mudar os rumos do estado e da nação. O voto pode eleger um governador ou uma governadora comprometido(a) com os interesses do povo. Pode eleger uma maioria de deputadas e deputados estaduais que não troquem as votações em plenário por emendas parlamentares cujos valores sequer são divulgados. Nosso voto pode manter o Brasil na direção correta, do desenvolvimento e da justiça social. Também pode eleger deputados federais e senadores que pautem sua atuação pela verdade e pelo interesse nacional e não em fakenews e tentativas de anistiar quem tentou acabar com a democracia.
Nosso mandato popular sempre estará onde o povo está.