Alguns acontecimentos dos últimos dias merecem registro. O primeiro deles é a vigorosa assembleia estadual dos professores estaduais que ocorreu no dia 21 de março, na Praça da República, na Capital.

A assembleia decidiu que a categoria estará em greve no dia 25 de abril, quando nova assembleia decidirá os rumos do movimento. A pauta da greve inclui reajuste salarial imediato de 6,27%, correspondente ao piso salarial nacional, plano para recuperar o poder de compra dos salários, condições de trabalho, climatização das escolas e muitos outros itens. A greve visa forçar o governo a negociar e há um calendário de mobilização, com diversas ações até a data da deflagração da greve, que será deflagrada se o governo continuar desvalorizando os professores da rede estadual de ensino, que estão sendo vítimas de assédio moral nas escolas e com sua carreira desmontada.

Também faz parte da nossa luta a pressão sobre a Câmara dos Deputados e o Senado para que seja aprovado o Projeto de Lei 1087 do governo do presidente Lula, que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil reais por mês, estabelece descontos progressivos para quem recebe até R$ 7 mil mensais e cria taxa de 10% para quem ganha a partir de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil mensais. A isenção beneficia praticamente toda a categoria de professores estaduais, da maioria dos municípios e o desconto até R$ 7 mil amplia ainda mais esse benefício. O presidente cumpre assim seu compromisso de campanha.

Outro ponto que quero comentar é a brutal repressão da tropa de choque da polícia militar contra ferroviários que protestavam contra a privatização de diversas linhas da CPTM. O governador Tarcísio de Freitas foi a um ato no Rio de Janeiro para advogar anistia para pessoas que invadiram e depredaram as sedes dos 3 poderes em Brasília, apoiando uma tentativa de golpe. Ele e outros ultradireitistas defendem a irrestrita “liberdade de expressão”, mesmo quando mentirosa e violenta. Porém, no governo, manda a tropa de choque reprimir com violência covarde manifestações contra seus ataques aos direitos do povo e aos serviços públicos.

Por isso, o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter se tornado réu no STF pelos crimes a ele atribuídos, juntamente com outras 7 pessoas, algumas delas militares de alta patente, deve ser saudada como uma medida importante para a defesa da democracia e da liberdade. Eles têm direito à ampla defesa, algo que foi negado ao presidente Lula na farsa da lava-jato.

Também quero falar de uma luta importantíssima na nossa região. No dia 24 de março, por minha iniciativa, reunimos parlamentares e lideranças de diversas cidades na Subsede da APEOESP de Americana e articulados um amplo movimento contra 5 pedágios que o governador quer instalar na nossa região, 3 na Rodovia SP 304 e 2 na estrada velha de Tupi, que liga Piracicaba a Santa Bárbara D`Oeste. Não podemos permitir. Estradas são caminhos para garantir circulação de pessoas e mercadorias, não podem ser fontes de lucros exorbitantes para concessionárias. Vamos todos juntos lutar para garantir nosso direito de ir e vir e também para que os preços dos produtos não sofram aumentos em razão de mais pedágios.

Nos temas que abordei me parece que fica clara a diferença de projetos e de perspectivas entre o governo do presidente Lula e o governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo. Com todas as dificuldades, o governo federal vem buscando adotar medidas que beneficiam os trabalhadores e a maioria do povo. Tarcísio, ao contrário, trilha o caminho das privatizações, dos pedágios, do arrocho salarial, da retirada de direitos e da repressão contra movimentos que ousam contestá-lo. Vamos seguir em frente, porque nossas lutas nunca foram fáceis, mas não recuamos diante das dificuldades.