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⭐ Piracicaba, 21 de novembro de 2024 ⭐

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João Carlos Goia

Gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado
em mídias e mestre em educação

Ser líder hoje: conduta e competências para caminhos possíveis

Já ouviram alguma vez aquela frase, em tom de brincadeira, que diz que o Chefe sempre entra como uma tempestade no trabalho, espalhando papéis e medo, e desaparece misteriosamente quando há problema?

No mesmo tom, mas um pouco mais sóbrio, quando a mesma situação se refere a um Líder, sugere-se que o mesmo anda pelos espaços como um raio de sol, espalhando boas vibrações e aparecendo milagrosamente quando mais se precisa e resolvendo as mais diversas e desafiadoras situações, de forma leve e sutil.

Analisando o cenário contemporâneo, creio que a maioria das pessoas já percebeu, que a fragilidade emocional é vigente e tem se tornado uma preocupação crescente, principalmente no meio corporativo.

Sintomas como estresse, ansiedade, síndromes diversas e outros, manifestam-se com frequência e de forma expressiva, afetando tanto o ambiente de trabalho, quanto a produtividade e a satisfação pessoal.

Liderar na atualidade nunca foi tão desafiador e, a função de gestor hoje, requer muito mais do que habilidades técnicas ou títulos, visto que sua conduta e competências, adquirem papeis cruciais na promoção de ambientes de trabalho saudáveis e produtivos, pois, os mesmos, adaptam-se e evoluem, desenvolvendo uma postura positiva, empática e inclusiva.

Buscando entender esse ambiente que necessita de cuidados e dedicação, encontramos alguns possíveis motivos para tentar explicar o status emocional e social vigente, tais como:

  • Mundo cada vez mais digitalizado e sobrecarga de informações absorvidas diariamente, levando a um possível status de intoxicação digital, bem como, isolamento social;
  • Pressão por alta performance e a constante necessidade de adaptação a novas tecnologias e processos, que têm sobrecarregado os trabalhadores física e emocionalmente;
  • Competitividade cada vez mais acirrada no mercado de trabalho, criando uma necessidade constante de atualização e aperfeiçoamento;
  • Relações interpessoais fragilizadas pela polaridade, criando um difícil espaço de convivência, visto que a tolerância está cada vez menor, bem como, a falta de respeito a diversidade e divergência de opiniões;
  • Dinâmica capitalista, onde a predominância do ter sobrepõe o ser, principalmente considerando as exposições em redes sociais, em busca de aprovação das pessoas o tempo todo;
  • Automatização, precedência tecnológica e avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) que amedrontam as pessoas, devido ao receio de perderem seus empregos e verem seus trabalhos serem substituídos por máquinas;
  • Relações familiares fragmentadas e distanciamento da espiritualidade.

Posto este cenário, faz-se necessário destacar as Competências Essenciais para a Liderança neste novo mundo, tais como:

  • Empatia, que é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros, conectando-se genuinamente com suas equipes, entendendo suas preocupações e dificuldades, gerando assim um ambiente de confiança e apoio, promovendo uma cultura organizacional que valoriza a saúde mental e o bem-estar, o que pode resultar em maior engajamento e produtividade;
  • Inteligência Emocional, pois envolve a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar nossas próprias emoções, bem como as emoções dos outros, conseguindo assim lidar melhor com o estresse, mantendo a calma em situações de crise e tomando decisões ponderadas, resolvendo assim conflitos com naturalidade e criando um clima organizacional positivo;
  • Comunicação Eficaz, habilidade fundamental de transmitir informações de maneira clara e concisa, ouvindo ativamente e fornecendo feedback construtivo. Em tempos de fragilidade emocional, a comunicação transparente e honesta é ainda mais importante para garantir que os colaboradores sintam-se valorizados e informados;
  • Resiliência, trata-se da capacidade de se recuperar rapidamente de dificuldades, enfrentando desafios com determinação, enquanto inspiram suas equipes a fazer o mesmo, a partir de uma atitude positiva;

Por fim e não menos importante, a Liderança Inclusiva, que é a prática de garantir que todos os membros da equipe sintam-se respeitados, valorizados e incluídos e, para tal, é preciso promover a diversidade e a inclusão, criando um ambiente onde diferentes perspectivas são bem-vindas e valorizadas, reconhecendo e celebrando as diferenças, promovendo um senso de pertencimento e segurança psicológica.

Neste artigo, tratei apenas de apresentar o cenário atual social, bem como, as devidas competências e condutas que são determinantes aos líderes, para que possam enfrentar as barreiras impostas pela fragilidade emocional.

No próximo, tratarei das boas práticas que podem auxiliar muito a superar esses desafios.

Voltando ao comparativo inicial deste texto, no final das contas, ser chefe é como ser um vilão de filme, enquanto ser líder é ser um herói inspirador que todos admiram e seguem por vontade própria, em sintonia com seus objetivos e resultados esperados.

Pensem nisso gestores!