Quando Alice pergunta ao gato que caminho tomar, o mesmo lhe responde que depende para onde ela deseja ir. A menina diz que em lugar algum e imediatamente recebe a resposta de que qualquer caminho servirá, então, ao intuito.

A fábula Alice no País das Maravilhas nos faz refletir sobre nossas vidas, no como e onde desejamos chegar, especialmente, neste momento quase pós-pandemia.

Sou um eterno otimista e, confesso, espero que a essa altura do ano, já tenhamos superado parte do pessimismo que nos acometeu desde 2020, a partir do status de isolamento, quando provavelmente tenhamos vivenciado a mais desafiadora experiência social de nossas vidas até então.

Dessa forma, hoje, em outubro de 2021, não podemos de forma alguma aceitar passivamente a sugestão do gato de seguirmos por qualquer caminho, pois deveríamos, em tese, ter aproveitado todo esse período de reclusão para nos prepararmos e refletirmos sobre as possibilidades que viriam, ou retornariam, mais cedo ou mais tarde.

Sendo assim, pergunto a cada um de vocês, que dispuseram alguns minutos de seu precioso tempo para ler esse breve artigo: Para onde você desejar ir a partir de agora? Se souber a resposta fica muito mais simples descobrir qual o melhor ou mais indicado caminho.

Vou um pouco além e de forma macro, apresento outras questões: Qual seu propósito de vida? Qual sua missão? Qual sua visão de futuro, especialmente no cenário atual? Quais são os valores que nortearão esse trajeto? Claro que cada pessoa responderá de forma diferente, principalmente considerando sua idade e status vigente.

Como únicos gestores e responsáveis por nossas vidas, precisamos olhar um pouco para trás, antes da Covid-19 invadir nossas vidas e analisar tudo que foi planejado, tudo que foi cumprido ou não e, a partir daí, montar nossa trajetória para este final de ano que se aproxima e para o início do próximo, que traz boas perspectivas e esperança renovada, seja mantendo antigos planos, mas preferencialmente e necessariamente, renovando-os.

Temos duas decisões então a nossa frente: nos escondermos atrás da muralha de desculpas e dificuldades que enfrentamos até aqui ou batalhamos em prol de algo grandioso e especial para superar todos esses medos e previsões negativas lançadas diariamente sobre nossas cabeças, tais como: ainda faltará emprego?; a economia vai continuar em colapso?; será um final de ano muito difícil para todos?; a educação foi muito prejudicada e permanecerá assim por algum tempo ainda?; etc, etc, e etc.

A escolha é sua e independente da postura adotada ou caminho escolhido, a retomada está acontecendo e dados do Caged, por exemplo, demonstram que os empregos começaram a retornar já há alguns meses e as empresas que permaneceram em pé retomam, mesmo que ainda timidamente, seus investimentos.

Alguns, provavelmente aproveitaram esses 20 meses que passaram velozmente e se prepararam para esse momento, então, irão surfar e trilhar um caminho mais leve e natural a partir de agora ou tentarão ao menos, sem permanecerem paralisados. Muitos certamente preferiram ficar à sombra e escolheram um dos motivos acima citados, para não avançar, esperando que tudo melhore mais a frente.

Essa é a graça da história, a boa e a má notícia. A vida não parou durante a pandemia e continuará a acontecer, independente do que você decidiu ou fará.

Se está difícil traçar os seus objetivos de longo prazo ou de forma ampla, neste, ainda momento de incertezas, sugiro utilizar uma ferramenta muito conhecida no meio corporativo, denominada “Roda da vida”.

Nela, você deve atribuir valores ou pesos para cada pilar de sua vida, tais como: familiar, físico, mental, profissional, social, espiritual e financeiro. A partir dos resultados obtidos com essa autoanálise, você saberá onde deve concentrar mais esforços para buscar equilíbrio e encontrar possíveis caminhos e ações.

Jogue para o alto sentimentos negativos e sem valor, aceite as perdas, os acontecimentos tristes, ou mesmo as derrotas, que certamente todos vivenciamos. Foque em sua vida, no que realmente tem relevância a partir de agora e as coisas acontecerão. Assuma as rédeas, seja o protagonista e não um pessimista arrastado de volta para esse caos que praticamente superamos.

Lembremos da iluminada frase de Gandhi:

Comece em você a transformação que deseja ver no mundo.

Sendo assim, por que devo me prostrar e acreditar que nada vai melhorar e não o contrário, ser um agente eficaz das mudanças necessárias?

Há nossa frente, um novo horizonte se abre. Busque um emprego, conquiste-o com suas melhores competências e talentos. Se não aproveitou o tempo para se preparar, comece agora, pois já está atrasado, mas sempre há tempo. Se não encontrar um emprego, crie algo para trabalhar, a partir do que acredita e faz de melhor.

Que assim seja e se, mesmo após refletir, ainda não esteja claro o caminho, lembre-se que qualquer estrada servirá, desde que faça sentido, que exista propósito.