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⭐ Piracicaba, 26 de abril de 2025 ⭐

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Foto de Ídico Luiz Pellegrinotti

Ídico Luiz Pellegrinotti

Professor universitário

Colunas: com a Pátria tão subtraída

Colunas é uma denominação militar. A expressão quinta-coluna, historicamente, nasceu na Espanha, em plena guerra civil (1936 – 1939). Embora seja atribuída ao general Mola, que comandava o avanço sobre Madri contra o governo, existe outra versão que aponta que teria sido o general Varela. Mas, o que é importante na expressão quinta-coluna é que ela representa traição e covardia dos integrantes do sistema. O general Mola, quando indagado pela imprensa sobre o ataque, diz: “Estamos com quatro colunas prontas, mas a vitória da guerra civil só virá pela quinta coluna, formada por nossos infiltrados”.

No Brasil, no quadriênio de 2019-2022, no meio de pandemia e guerra Rússia-Ucrânia, havia uma governança liberal-democrática que via um horizonte de total prosperidade ao povo brasileiro. Nessa aura de respeito à sociedade, mesmo com os acontecimentos mundiais, os diferentes setores do governo federal atuavam com severidade para suprir a população com respeito e transparência em suas ações políticas. Sendo essa atitude uma inovação ao bem-servir público. Mas como perseverar nesse caminho em que os avanços econômicos de interesse de todos eram desvirtuados? Sendo apenas estampados boatos e opiniões de forma depreciativa do governo liberal à sociedade. Ao mesmo tempo, em que a esquerda, com vista ao poder, se via fragilizada e sem apresentar alternativa melhor, partiu para organizar com o sistema a estrutura do general Mola: a quinta-coluna.

O agrupamento da quinta-coluna se formou com a união da grande mídia, parte dos cursos nas universidades, membros do judiciário, deputados e senadores, setores da sociedade civil e parte de militares de alta patente. A quinta-coluna, dia e noite, num palco de aparente lealdade aos seus campos de atuação, mas na materialidade, exerciam a traição ao governo estabelecido para influenciar na ascensão de uma ideologia política do atraso e autoritária. A estratégia da propaganda do sistema, com a falsa aparência de democrata, fez o que se espera dela: traição e covardia interferindo no pleito eleitoral. Os acontecimentos são o que a maioria dos brasileiros viu e está vendo com os resultados das eleições de 2022.

Com os olhos nos fatos, o que se vê é que a quinta-coluna, antes organizada para trair o governo a que servia e facilitar a ascensão de seu líder ao poder, se transformou na administração obscurantista do país, cada vez mais desorientada e grosseira, com o Senado, na sua maioria, inerte e serviente aos membros do Supremo Federal, tendo um comandante que, usando prerrogativas inconstitucionais, ataca a democracia liberal, com discursos de guardiões da democracia, exibindo o lado político militante dos órgãos judicial e policial superiores apoiados pela velha mídia, parte de causídicos e da cultura artística militante, sem ficar “corados”, apoiam a vilania do atual poder.

Oh! Brasil, que as vozes da defesa da liberdade que ainda se veem altaneiras e vibrantes em jornalistas éticos, políticos coerentes e honestos e numa sociedade ativa que pede justiça contra as arbitrariedades da quinta-coluna que se transformou em poder, mudando o entendimento das Leis para suprimir o bem maior de seus desafetos: à Liberdade.

O povo, inspirando-se em Rui Barbosa, o patrono do Senado, marcado pela defesa da liberdade, em Olavo Bilac, embalado pelos versos do Hino à Bandeira, em Sobral Pinto, defensor dos direitos humanos e em Ulysses Guimarães com seus memoráveis discursos sobre democracia, pede aos seus corajosos representantes no legislativo: liberdade e cessação das injustiças do poder judiciário. Pois, os ilustres brasileiros citados, com as cultas palavras e lirismos, foram guardiões da liberdade e dos valores democráticos da gente brasileira. Que seus exemplos sejam o atrativo para que a sociedade possa se recompor e o país seguir liberto das amarras da quinta-coluna que se apoderou da Pátria e atua sem o Congresso.

Para ficar na consciência dos cidadãos de bem, ao ver atitudes de perseguição e injustiças alegando o fantasioso golpe de Estado, as palavras da criatura (monstro) de Frankenstein ao seu criador: “por eu ser fatias de humano, minha maldade é porque sou infeliz”.