Desde 2018

⭐ Piracicaba, 15 de junho de 2025 ⭐

[wp_dark_mode style="3"]
Foto de Ídico Luiz Pellegrinotti

Ídico Luiz Pellegrinotti

Professor universitário

A sociedade digna é o fio de lã de Ariadne

Sociedade é toda natureza, porém se pode separar, na imensidão criada por Deus, a humana. A sociedade humana cria mitologia atrelada aos discursos que elegem deuses ou demônios como dominadores. Os discursos na voz de poderes que criam leis, ganham domínios, que, embora frágeis, se revestem de poderes absolutistas, ignorando a necessária sabedoria e os direitos do povo. Mas há uma sabedoria silenciosa designada pelo criador que habita em mentes que, entre as pessoas, no momento estipulado, surgira como a aurora boreal, para iluminar um horizonte que aparentemente parecia escuro.

O fio de lã de Ariadne, na lenda da mitologia grega, é o instrumento – rolo de fio de lã -, que ela deu a quem seu coração amou: Teseu. Pois, ele se apresentou e prometeu eliminar o monstro Minotauro de Minos: metade um horrendo touro e metade homem, que habitava um escuro labirinto na cidade de Greta e, para sobrevivência, devorava pessoas, que eram indicadas pelo Rei Minos. O povo, aterrorizado e com medo de ser alimento para o monstro, obedecia às ordens do rei.

A presença de Teseu para adentrar ao labirinto, morada do monstro, ele recebe de Ariadne o fio de lã para marcar sua ida e encontrasse o caminho de volta. Assim ele fez, e voltou vitorioso por derrotar o terrível destruidor de pessoas. Acabando com a submissão da sociedade ao lendário monstro. Pois, absolutista para oprimir, dura pouco. É figurativo, não terá credibilidade. Este é o mistério da exaltação popular de sucessão, revestido de orações conduzidas pelo sagrado dever de justiça.

A sociedade brasileira vive neste terceiro milênio, início de século XXI, a trágica incidência com a mitologia grega descrita acima, pois há pessoas sendo devoradas nas suas individualidades só por serem críticas ou por exercerem o dom divino do livre-arbítrio, onde mora a liberdade de expressão e a dignidade humana. Mas, a sociedade digna é o fio de Ariadne que conduzirá um Teseu com mente atrelada à sabedoria para mostrar que o Minotauro deverá estar fora de combate na sua volúpia de amordaçar a cidadania.

O Teseu da sociedade nestes momentos obscuros da política brasileira, se apresenta na figura do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que surgindo no portal do labirinto se mostra a voz do povo que pede justiça e carregue o manto da igualdade dos seres humanos perante as Leis que devem reger uma República Democrática. O reinado de uma militância parcial na justiça consorciada com a grande e envelhecida mídia, parte do mundo acadêmico e presidentes dos legislativos ligados pela hipocrisia de falsas lideranças é o labirinto a ser vencido.

Hoje, Importante Órgão de Justiça, que em sua composição apresenta um paradoxo: de um lado a mão pesada da injustiça que tanto sofrimento e tristeza provoca nas suas parcialidades de julgamentos, e do outro a mão de poder que olha a necessidade de assegurar a divina liberdade, cientes de que Deus é ordem e não exibicionismo. Não busca popularidade, mas a pureza.

Contra os que tentam alimentar o Minotauro e a permanência do labirinto que aprisiona pelo medo para amordaçar a liberdade das pessoas, ergueu-se o Teseu desta realidade: o voto do Ministro André Mendonça. Com a sabedoria jurídica consistente e segura, exaltou a liberdade de expressão, sustentada pelo Estado Democrático de Direito, denunciando o rompimento dos direitos a individualidade disfarçado de proteção institucional para alterar o artigo 19 do marco civil da internet, pois este artigo é constitucional e importante para mediar os direitos fundamentais da nação.

Assim sendo, a voz do Ministro André Mendonça relatando seu voto pela liberdade é uma antologia da justiça para figurar nos anais jurídicos, lado a lado com o livro: “A vida Intelectual”, cap. A submissão à verdade, de Antonin-Sertillanges (1863-1948), para estabelecer um novo tempo no conhecimento e na formação de seres humanos justos e intelectualmente desenvolvidos.