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⭐ Piracicaba, 1 de abril de 2025 ⭐

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Dr.ª Beatriz Abrahão

Fisioterapia e Ergonomia

Síndrome do Desfiladeiro Torácico

Definição

A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é um grupo de distúrbios que ocorrem quando os vasos sanguíneos ou nervos no espaço entre a clavícula e a primeira costela, considerada saída torácica, são comprimidos.

Tipos

  • A SDT Neurogênica acontece quando os nervos que vão do pescoço ao braço (plexo braquial) são comprimidos;
  • A SDT Venosa acontece quando uma ou mais veias sob a clavícula são comprimidas, resultando em coágulos sanguíneos;
  • A SDT Arterial acontece quando uma das artérias sob a clavícula é comprimida, resultando no abaulamento da artéria.

É possível ter uma mistura dos três tipos diferentes de Síndrome do Desfiladeiro Torácico, com várias partes da saída torácica sendo comprimidas.

Causas

  • Defeitos anatômicos: são más formações herdadas e presentes no nascimento (congênitos). Podem incluir uma costela extra, localizada acima da primeira costela (costela cervical) ou uma faixa fibrosa anormalmente apertada conectando a coluna vertebral à costela;
  • Má postura: movimentos como o de olhar constantemente o celular, com os ombros abaixados e a cabeça inclinada para frente, pode causar a compressão na área da saída torácica;
  • Traumas: como por exemplo, um acidente de carro, pode causar alterações internas que comprimem os nervos da saída torácica;
  • Musculação: a construção muscular excessiva no pescoço pode comprimir os nervos ou vasos subclávios;
  • Excesso de peso: assim como acontece com o ganho excessivo de massa muscular, o excesso de gordura no pescoço pode comprimir os nervos dos vasos da região da saída torácica;
  • Tumor no pescoço: em casos raros, um tumor pode ser a causa da compressão dos nervos ou vasos da região da saída torácica.

Sintomas

1.    Na SDT Neurogênica:

  • Dormência ou formigamento no braço ou nos dedos;
  • Dores no pescoço, ombro, braço ou mão;
  • Enfraquecimento do aperto de mãos;
  • Cansaço rápido do braço;
  • Atrofia (encolhimento e fraqueza) da almofada do polegar, o músculo da palma da mão que leva ao polegar (sintoma raro).

Os sintomas podem ir e vir, mas, na maior parte das vezes, pioram quando os braços permanecem elevados.

2.    Na SDT Venosa

  • Mudança da cor das mãos, que podem apresentar um tom amarelado;
  • Dor no braço e inchaço;
  • Coágulo sanguíneo nas veias da área superior do corpo;
  • Fadiga do braço em atividade;
  • Palidez ou cor anormal em um ou mais dedos, ou na sua mão;
  • Dor latejante perto da clavícula;
  • Formigamento doloroso na mão e no braço;
  • Veias muito proeminente no ombro, pescoço e mão.

3.    Na SDT Arterial

  • Dedos, mãos ou braços frios;
  • Dor nas mãos e no braço;
  • Falta de cor (palidez) ou descoloração azulada (cianose) em um ou mais de seus dedos, ou em toda a sua mão;
  • Pulso fraco ou ausente no braço afetado.

Diagnóstico

Avaliação de um médico especialista. Exames de imagem são solicitados como eletromiografia, ressonância magnética, radiografia e em alguns casos a angiografia, para embasar o diagnóstico e fazer com que o profissional determine o tratamento correto.

Os médicos baseiam o diagnóstico de síndrome do desfiladeiro torácico em sintomas e resultados de um exame físico e de vários testes de diagnóstico. No entanto, nenhum desses procedimentos confirma ou exclui definitivamente a síndrome do desfiladeiro torácico.

Tratamento

Na maioria dos casos, a Síndrome do Desfiladeiro Torácico é tratada utilizando abordagens conservadoras, especialmente se a condição for diagnosticada precocemente.

O tratamento pode incluir

  • Fisioterapia: engloba a aplicação de calor local para aliviar os espasmos musculares, exercícios de mobilização activa e de fortalecimento do membro superior e especialmente da mão para aumento da circulação periférica, um plano de exercícios específico para melhorar a posição articular do ombro e omoplata, assim como a correção postural nas atividades da vida diária, em casa e no local de trabalho. Nos casos de SDT Neurogênica, a fisioterapia costuma ser a primeira linha de tratamento. Por meio dela, é possível fazer exercícios que fortalecem e esticam os músculos do ombro, com o objetivo de abrir a saída torácica. Esses exercícios, em longo prazo, podem tirar a pressão dos vasos sanguíneos e nervos na saída torácica;
  • Medicamentos: os médicos podem prescrever anti-inflamatórios, analgésicos ou relaxantes musculares para diminuir a inflamação, reduzir a dor e promover o relaxamento muscular;
  • Cirurgia: caso os tratamentos conservadores não sejam eficazes, se o paciente estiver enfrentando sintomas contínuos ou agravantes, ou se tiver danos neurológicos progressivos. A cirurgia para tratar a Síndrome do Desfiladeiro Torácico pode ser realizada utilizando diversas abordagens diferentes. Essas abordagens envolvem a remoção de um músculo ou de uma parte da primeira costela para aliviar a compressão. Também pode ser necessária a realização de uma operação para reparar os vasos sanguíneos.

Prevenção

A prevenção pode ser feita com hábitos de postura, exercícios e evitando movimentos repetitivos.

Postura:

  • Sentar e ficar em pé com os ombros para trás e o pescoço reto;
  • Evitar carregar objetos pesados no ombro.

Exercícios:

  • Fortalecer os músculos do pescoço e ombros;
  • Alongar a musculatura do ombro;
  • Fazer exercícios regulares que foquem no pescoço, peito, ombro e músculos.

A prevenção é o melhor caminho!
Cuide-se, seu corpo agradece!