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Dr.ª Beatriz Abrahão

Fisioterapia e Ergonomia

O que é a Hipercifose?

É o aumento do grau da curvatura da coluna torácica, podendo ser flexível ou irredutível. A curvatura fisiológica normal é entre 20° e 45°. Acima de 45° é definido como hipercifose torácica. Conhecida em nosso meio como “corcunda”. Também conhecido pelo nome de “dorso curvo”. Para compensá-la, ombros, pescoço e cabeça são projetados para frente, o que favorece o aparecimento da hiperlordose cervical.

Cifose é a curvatura fisiológica da região torácica.

Causas

A causa de maior parte dos desvios patológicos da coluna vertebral é idiopática, ou seja, sua origem é obscura, desconhecida. Nos casos em que é possível determinar a causa, os desvios anormais da coluna podem ter explicação genética ou, então, serem provocadas por anomalias congênitas ou adquiridas ao longo da vida. Podem, ainda, estar associados a alterações ósseas, musculares ou neurológicas do organismo. Entre elas, valem destacar hábitos posturais inadequados, traumatismos, tumores, obesidade, atividade física em excesso, sedentarismo e tabagismo.

Hábitos posturais inadequados (tanto no trabalho quanto nas atividades de vida diária) falta de condicionamento físico e o enfraquecimento da musculatura paravertebral são as causas mais frequentes desse tipo de deformidade. É preciso considerar, no entanto, que a hipercifose pode ser a manifestação secundária de enfermidades como a osteoporose, a osteocondrose espinhal (doença de Scheuermann, que afeta adolescentes na fase do pico de crescimento), espondilite anquilosante, poliomielite e tuberculose, por exemplo. Na maioria dos casos, esse desvio patológico da coluna tem origem na postura incorreta adotada nas atividades do dia a dia.

A hipercifose torácica pode manifestar-se em qualquer idade. Rara nos recém-nascidos, comum na infância e adolescência (costuma afetar os meninos muito altos para a idade e as meninas no período do crescimento das mamas), acomete também as pessoas mais velhas. Nessa fase da vida, o desgaste das vértebras, a perda da flexibilidade dos discos intervertebrais, que se desidratam, e o enfraquecimento da musculatura dorsal representam fatores de risco para a ocorrência da hipercifose torácica.

Sinais e Sintomas

A deformação se instala aos poucos e não necessariamente vem acompanhada de sintomas. Quando eles se manifestam, os mais comuns são dor, rigidez da coluna e fadiga e/ou aumento da sensibilidade nas costas, aonde a coluna vai se tornando mais rígida e com mobilidade diminuída. Essa condição normalmente vem acompanhada de encurtamento da cadeia muscular posterior.

Diagnóstico

Exame clínico minucioso, pelo médico ortopedista ou fisioterapeuta, com o paciente de frente, de costas e de perfil, assim como nos achados dos exames de raios-X da coluna. Além de registrar a ocorrência de desvios no alinhamento da coluna vertebral, a radiografia permite medir o grau das curvaturas e identificar lesões que afetam os discos e as articulações, assim como visualizar sinais de fraturas, luxações ou tumores nessa região do corpo.

Há casos sugestivos de deformidades em que se torna necessário recorrer à tomografia computadorizada e à ressonância magnética para estabelecer o diagnóstico definitivo.

Tratamento

Alguns desvios patológicos de coluna são assintomáticos. Quando os sinais da doença se manifestam, em geral, o tratamento é conservador e leva em consideração as peculiaridades de cada caso no que se refere à idade do paciente, ao grau e padrão da curvatura, às características da deformidade instalada, à intensidade da dor. O objetivo é interromper a progressão do transtorno, recuperar as funções da coluna vertebral e aliviar os sintomas. Se for possível identificar a causa do distúrbio, a atenção deve voltar-se também para o controle da doença de base. Nos casos de obesidade, é essencial a redução do peso.

Em geral, o tratamento conservador inclui técnicas de fisioterapia, como a RPG (Reeducação Postural Global); Órteses como palmilhas e coletes ortopédicos, podem ser úteis para deter a progressão da curva e, na medida do possível, manter ossos e articulações na posição adequada.

O tratamento conservador não exclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares para alívio da dor, sempre através de prescrição médica.

A cirurgia para estabilização da coluna vertebral só é recomendada para pacientes adultos em situações muito especiais.

Recomendações

Os cuidados com a coluna vertebral devem começar na infância. A criança precisa ser estimulada, no dia a dia, a desenvolver uma postura correta, ou seja, aquela que demanda menor esforço muscular para garantir proteção para todas as estruturas da coluna vertebral. É necessária muita disciplina para manter os bons hábitos.

  • Manter o peso corporal dentro dos padrões ideais para a altura e idade;
  • Praticar atividade física;
  • Adotar uma alimentação saudável e variada, rica em cálcio, mineral essencial para a saúde dos ossos;
  • Redobrar os cuidados de proteção da coluna ao transportar objetos pesados; Carregá-los bem junto ao corpo, ajudam a diminuir a força imposta sobre a coluna, a musculatura e as articulações;
  • Não praticar a automedicação para alívio da dor;
  • Procurar assistência médica é medida indispensável diante de qualquer alteração que possa sugerir um desvio patológico da coluna;
  • Escolher cuidadosamente o tipo de calçados e a altura dos saltos, para evitar os que podem comprometer a marcha e forçar as estruturas da coluna vertebral.

A prevenção é o melhor caminho. Cuide-se, seu corpo agradece!

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