Definição
É quando uma vértebra escorrega para frente sobre a vértebra abaixo dela. Esse deslizamento gera desalinhamento da coluna. O termo espondiloslitese é derivado da língua grega: “espondilo” – vértebra; “listese” – escorregar e existem vários fatores para sua ocorrência. Geralmente, atinge a região lombar (parte inferior das costas) ou cervical (região do pescoço).
Causas
- Atividades de alto impacto realizadas repetidamente aumentam o risco de desenvolver a condição;
- Traumas, como fraturas na coluna vertebral que levam ao deslocamento das vértebras;
- Causas congênitas, ou seja, defeitos de nascimento na estrutura da coluna vertebral;
- Envelhecimento e degeneração vertebral, que promove desgaste nas articulações e nos discos da coluna vertebral.
Tipos
1. Degenerativa: decorre do envelhecimento e é frequentemente associada com doença degenerativa do disco, em que os discos perdem hidratação e os ligamentos e cápsulas articulares da coluna desgastam. É mais comum em adultos, mulheres e no nível L4-L5;
2. Traumática: após algum traumatismo agudo (acidentes, quedas, etc);
3. Congênita: o escorregamento está presente desde o nascimento;
4. Ístimica: ocorre por um defeito (fratura óssea) em uma estrutura de suporte vertebral na parte de trás da vértebra. É mais comum no sexo masculino e no nível L5-S1. Pode ser aguda ou crônica e tem incidência maior em crianças;
5. Patológica: quando outra doença está causando o escorregamento;
6. Iatrogênica: causada após alguma cirurgia em que algum fator possa ocasionar a instabilidade da coluna.
Classificação
A espondilolistese é classificada em cinco graus, de acordo com a porcentagem de escorregamento da vértebra sobre a vértebra abaixo:
- Grau I: Menos de 25%;
- Grau II: 26% a 50%;
- GRAU III: 51% a 75%;
- GRAU IV: 76% a 100%.
- GRAU V: escorregamento completo da vértebra. Ela cai na frente da vértebra abaixo dela. Esse tipo é o mais grave e é denominada espondiloptose.
Incidência
A espondilolistese degenerativa é 4 vezes mais comum nas mulheres em relação aos homens com uma incidência em torno de 8% e 2% respectivamente. A espondilolistese ístmica acomete cerca de 4% das crianças sendo mais comum nos meninos. Jovens esportistas submetidos a muito impacto como os ginastas tem uma incidência aumentada que pode chegar a 40%. (Fonte: https://www.einstein.br/).
Sintomas
- Dor na região lombar e sensação de peso;
- Dor na região glútea;
- Dor na perna (coxa) e/ou fraqueza (ciática);
- Dificuldade em controlar as funções do intestino e da bexiga;
- Músculos encurtados na região posterior da coxa;
- Rigidez na região lombar;
- Sensação de algo “solto” entre a coluna lombar e quadril.
Alguns pacientes não apresentam sintomas e descobrem casualmente ao realizar algum exame de imagem.
Ponto de atenção
- Se a espondilolistese está presente na família, principalmente os antecedentes diretos como o pai e mãe, o risco de desenvolver a doença é maior;
- Algumas atividades são consideradas fatores de risco para desenvolver a espondilolistese como as praticadas por ginastas e levantadores de peso que tendem a colocar pressão e peso significativo na região lombar. Os ginastas também realizam muitos movimentos de torção rápida no ar ao pular. Esse movimento aumenta a pressão substancialmente sobre a coluna vertebral.
Diagnóstico
É feito por um médico especialista em coluna através de testes clínicos, a fim de entender o grau e a origem da condição.
Exames de imagem são solicitados para embasar o diagnóstico e fazer com que o especialista em coluna determine o tratamento correto.
Se o paciente apresentar outros sintomas associados, o médico irá complementar com exames mais detalhados além das radiografias (tomografia computadorizada e ressonância magnética).
Tratamento
É realizado de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. Muitos não apresentam sintomas e, portanto, apenas o fortalecimento muscular da região, a prática de atividades físicas e a boa postura são suficientes.
Porém, alguns exercícios são contraindicados para a espondilolistese. Dependendo do grau e local afetado, exercícios de hiperextensão, torção, flexão da coluna podem piorar o quadro, levando a um deslizamento maior da vértebra.
Os exercícios mais recomendados para a espondilolistese são os que fortalecem a musculatura, principalmente da região abdominal (CORE) e que preservem o alinhamento natural da coluna.
Nos pacientes com dor lombar ou eventualmente, dor irradiada para os membros, um tratamento de reabilitação mais intensivo será necessário.
A cirurgia está reservada para uma minoria dos casos, onde há déficit neurológico associado e sem melhora com o tratamento conservador.
É feita por meio de técnicas que envolvem a artrodese da coluna (fusão vertebral). Este procedimento tem por objetivo restaurar as funções da coluna e dar uma maior estabilidade à estrutura.
Fisioterapia e infiltração
A fisioterapia é essencial, eliminando as dores do paciente e corrigindo posturas que podem desencadear outros quadros incômodos, de acordo com o estilo de vida da pessoa.
Em grande parte dos casos, a espondilolistese pode ser tratada com terapias que auxiliam no fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna (CORE, paravertebral, assoalho pélvico, cadeia posterior, etc.
Em alguns casos de compressão neural e dor aguda na região ou irradiada, a infiltração na coluna pode ser muito eficiente como adjuvante no tratamento.
A infiltração ou bloqueio na coluna é um tratamento minimamente invasivo aplicado em pontos específicos que permite uma melhora rápida do processo doloroso e um retorno mais rápido à reabilitação motora e fortalecimento da região. Sua indicação é específica para alguns casos e deve ser determinada pelo médico.
A prevenção é o melhor caminho!
Cuide-se, seu corpo agradece!