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⭐ Piracicaba, 1 de abril de 2025 ⭐

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Foto de Dr.ª Beatriz Abrahão

Dr.ª Beatriz Abrahão

Fisioterapia e Ergonomia

Espondilolistese

Definição

É quando uma vértebra escorrega para frente sobre a vértebra abaixo dela. Esse deslizamento gera desalinhamento da coluna. O termo espondiloslitese é derivado da língua grega: “espondilo” – vértebra; “listese” – escorregar e existem vários fatores para sua ocorrência. Geralmente, atinge a região lombar (parte inferior das costas) ou cervical (região do pescoço).

Causas

  • Atividades de alto impacto realizadas repetidamente aumentam o risco de desenvolver a condição;
  • Traumas, como fraturas na coluna vertebral que levam ao deslocamento das vértebras;
  • Causas congênitas, ou seja, defeitos de nascimento na estrutura da coluna vertebral;
  • Envelhecimento e degeneração vertebral, que promove desgaste nas articulações e nos discos da coluna vertebral.

Tipos

1.    Degenerativa: decorre do envelhecimento e é frequentemente associada com doença degenerativa do disco, em que os discos perdem hidratação e os ligamentos e cápsulas articulares da coluna desgastam. É mais comum em adultos, mulheres e no nível L4-L5;

2.    Traumática: após algum traumatismo agudo (acidentes, quedas, etc);

3.    Congênita: o escorregamento está presente desde o nascimento;

4.    Ístimica: ocorre por um defeito (fratura óssea) em uma estrutura de suporte vertebral na parte de trás da vértebra. É mais comum no sexo masculino e no nível L5-S1. Pode ser aguda ou crônica e tem incidência maior em crianças;

5.    Patológica: quando outra doença está causando o escorregamento;

6.    Iatrogênica: causada após alguma cirurgia em que algum fator possa ocasionar a instabilidade da coluna.

Classificação

A espondilolistese é classificada em cinco graus, de acordo com a porcentagem de escorregamento da vértebra sobre a vértebra abaixo:

  • Grau I: Menos de 25%;
  • Grau II: 26% a 50%;
  • GRAU III: 51% a 75%;
  • GRAU IV: 76% a 100%.
  • GRAU V: escorregamento completo da vértebra. Ela cai na frente da vértebra abaixo dela. Esse tipo é o mais grave e é denominada espondiloptose.

Incidência

A espondilolistese degenerativa é 4 vezes mais comum nas mulheres em relação aos homens com uma incidência em torno de 8% e 2% respectivamente. A espondilolistese ístmica acomete cerca de 4% das crianças sendo mais comum nos meninos. Jovens esportistas submetidos a muito impacto como os ginastas tem uma incidência aumentada que pode chegar a 40%. (Fonte: https://www.einstein.br/).

Sintomas

  • Dor na região lombar e sensação de peso;
  • Dor na região glútea;
  • Dor na perna (coxa) e/ou fraqueza (ciática);
  • Dificuldade em controlar as funções do intestino e da bexiga;
  • Músculos encurtados na região posterior da coxa;
  • Rigidez na região lombar;
  • Sensação de algo “solto” entre a coluna lombar e quadril.

Alguns pacientes não apresentam sintomas e descobrem casualmente ao realizar algum exame de imagem.

Ponto de atenção

  • Se a espondilolistese está presente na família, principalmente os antecedentes diretos como o pai e mãe, o risco de desenvolver a doença é maior;
  • Algumas atividades são consideradas fatores de risco para desenvolver a espondilolistese como as praticadas por ginastas e levantadores de peso que tendem a colocar pressão e peso significativo na região lombar. Os ginastas também realizam muitos movimentos de torção rápida no ar ao pular. Esse movimento aumenta a pressão substancialmente sobre a coluna vertebral.

Diagnóstico

É feito por um médico especialista em coluna através de testes clínicos, a fim de entender o grau e a origem da condição.

Exames de imagem são solicitados para embasar o diagnóstico e fazer com que o especialista em coluna determine o tratamento correto.

Se o paciente apresentar outros sintomas associados, o médico irá complementar com exames mais detalhados além das radiografias (tomografia computadorizada e ressonância magnética).

Tratamento

É realizado de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. Muitos não apresentam sintomas e, portanto, apenas o fortalecimento muscular da região, a prática de atividades físicas e a boa postura são suficientes.

Porém, alguns exercícios são contraindicados para a espondilolistese. Dependendo do grau e local afetado, exercícios de hiperextensão, torção, flexão da coluna podem piorar o quadro, levando a um deslizamento maior da vértebra.

Os exercícios mais recomendados para a espondilolistese são os que fortalecem a musculatura, principalmente da região abdominal (CORE) e que preservem o alinhamento natural da coluna.

Nos pacientes com dor lombar ou eventualmente, dor irradiada para os membros, um tratamento de reabilitação mais intensivo será necessário.

A cirurgia está reservada para uma minoria dos casos, onde há déficit neurológico associado e sem melhora com o tratamento conservador.

É feita por meio de técnicas que envolvem a artrodese da coluna (fusão vertebral). Este procedimento tem por objetivo restaurar as funções da coluna e dar uma maior estabilidade à estrutura.

Fisioterapia e infiltração

A fisioterapia é essencial, eliminando as dores do paciente e corrigindo posturas que podem desencadear outros quadros incômodos, de acordo com o estilo de vida da pessoa.

Em grande parte dos casos, a espondilolistese pode ser tratada com terapias que auxiliam no fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna (CORE, paravertebral, assoalho pélvico, cadeia posterior, etc.

Em alguns casos de compressão neural e dor aguda na região ou irradiada, a infiltração na coluna pode ser muito eficiente como adjuvante no tratamento.

A infiltração ou bloqueio na coluna é um tratamento minimamente invasivo aplicado em pontos específicos que permite uma melhora rápida do processo doloroso e um retorno mais rápido à reabilitação motora e fortalecimento da região. Sua indicação é específica para alguns casos e deve ser determinada pelo médico.

A prevenção é o melhor caminho!
Cuide-se, seu corpo agradece!