Definição
A torção ou entorse do tornozelo é uma lesão muito frequente, na qual os ligamentos são alongados até se romperem.
Ela pode ocorrer quando pisamos em falso num buraco ou degrau, fazendo com que o pé gire para dentro devido ao peso do corpo, comprometendo os ligamentos do lado de fora em geral, os mais acometidos.
Os ligamentos são estruturas pouco elásticas que funcionam como estabilizadores das articulações.
Quando a força exercida sobre eles é muito grande, como não têm elasticidade, eles rompem.
Por vezes, quando o osso é mais frágil, pode haver uma fratura (o osso parte) em vez de haver a rotura do ligamento.
O entorse de tornozelo seguido ou não de uma lesão ligamentar são ocorrências comuns e, muitas vezes, negligenciados, causando determinadas sequelas.
Causas
- Falta de aquecimento e alongamento: Quando os músculos e ligamentos do tornozelo não são devidamente aquecidos e alongados antes da atividade física, a probabilidade de uma lesão é maior.
- Superfícies irregulares: Andar ou correr em superfícies irregulares, como terrenos acidentados ou com pedras soltas, pode aumentar o risco de entorse no tornozelo;
- Calçados inadequados: Calçados que não fornecem suporte adequado ao tornozelo ou que são muito largos ou apertados podem aumentar o risco de entorse;
- Fadiga muscular: Quando os músculos e ligamentos do tornozelo estão cansados e fatigados, eles podem ser mais suscetíveis a lesões;
- Instabilidade articular: Algumas pessoas têm uma tendência natural a ter tornozelos mais fracos e menos estáveis, o que pode aumentar o risco de entorse;
- Desalinhamento biomecânico: Desalinhamentos biomecânicos como joelhos valgos (quando os joelhos se curvam para dentro) ou pés chatos, podem colocar mais pressão sobre o tornozelo e aumentar o risco de lesão.
Classificação
Uma entorse de tornozelo pode variar de ligeira a grave, dependendo de quão danificado está o ligamento e de quantos ligamentos foram afetados. Em uma entorse ligeira ocorre dor e edema (inchaço), no entanto, geralmente sente-se estável, e pode-se caminhar com pouca dor.
Uma entorse um pouco mais grave pode incluir contusões e sensibilidade ao redor do tornozelo, sendo doloroso ao caminhar.
Após o exame, o seu médico irá determinar o grau da sua entorse que lhe permitirá traçar um plano de tratamento.
A classificação da entorse do tornozelo é feita de acordo com a gravidade dos danos nos ligamentos.
Sintomas
- Inchaço que se agrava com o passar do tempo;
- Hematoma;
- Dor à palpação;
- Acúmulo de líquido nos dedos;
- Sensação de formigamento no pé;
- Perda da flexo-extensão;
- Incapacidade para se locomover.
Na maioria das entorses, sente-se imediatamente dor no pé, que pode ser de leve a muito intensa, no local do entorse. Frequentemente, o tornozelo começa a “inchar” (edema) imediatamente e pode surgir equimose local (tornozelo negro) e algum derrame articular (líquido no tornozelo).
A área do tornozelo, geralmente, é sensível ao toque e a dor aumenta com os movimentos.
Em entorses mais severas, pode ouvir e/ou sentir algo “a rasgar” junto com um estalido. A dor é imediata e forte após o entorse, não conseguirá caminhar ou até exercer força no pé (pôr o pé no chão ou “pisar”).
Assim, quanto maior a dor e o edema (inchaço), mais grave será a lesão e consequentemente mais demorada será a fase de reabilitação.
A extensão do edema (inchaço) e a intensidade da dor no pé variam proporcionalmente à gravidade da entorse.
Na maioria das entorses de menor gravidade (grau I), as queixas possuem uma duração entre 2 a 3 dias, até cerca de duas semanas; nas entorses de maior gravidade (grau II e grau III).
O tempo de recuperação para cura pode durar de semanas a meses e depende da gravidade da lesão e do tratamento instituído.
É sempre importante procurar um médico para avaliação e tratamento adequados.
Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de uma tala ou gesso ou mesmo uma cirurgia para reparar a lesão.
Tratamento
Conservador:
Repouso, gelo, compressão e elevação do tornozelo (conhecido como protocolo RICE), além de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo médico.
O uso de uma tala ou bota de imobilização pode ser necessário para proteger o tornozelo e permitir que os tecidos lesionados se recuperem.
Fisioterapia:
A frequência das sessões poderá ser diária em uma fase inicial, dependendo da gravidade da lesão. Com a melhoria do quadro e reavaliação, as sessões podem ser mais espaçadas gradualmente.
A fisioterapia acelera o processo de recuperação com a diminuição da dor, edema e melhoria da amplitude de movimento da articulação.
O tratamento é adaptado a cada caso, e a cada paciente.
A terapia manual realizada por um fisioterapeuta qualificado pode incluir: massagem terapêutica, drenagem linfática, mobilização articular, promove a reabsorção do edema, melhora a amplitude articular e a dor.
O fisioterapeuta irá indicar exercícios terapêuticos e de fortalecimento para reabilitação do tornozelo e prevenção de recidiva. Esses exercícios são realizados na clínica e alguns podem ser feitos em casa.
A hidroterapia é indicada para esse tipo de lesão.
O meio aquático não só auxilia na drenagem do edema como tem o benefício de reduzir o peso corporal e assim o paciente pode apoiar e transferir mais peso para o pé.
O treino de marcha é um dos componentes do plano de tratamento para voltar a caminhar com uma postura adequada.
O treino de equilíbrio e propriocepção (consciência do corpo no espaço)
A prevenção é o melhor caminho. Cuide-se, seu corpo agradece!