No ambiente hospitalar a situação de enfermidade quase sempre gera instabilidade emocional; atuação do psicólogo faz a diferença
De forma consciente ou não, o 27 de agosto, Dia do Psicólogo, é uma data relacionada a todo ser humano que, via de regra, utiliza de suas ‘habilidades psicológicas’ para lidar com as diversas formas de vivências e experiências emocionais que a vida lhe apresenta.
No ambiente hospitalar, especificamente, a situação de enfermidade quase sempre gera instabilidade emocional e exige a intervenção de profissionais capacitados para lidar neste cenário, por vezes, de angústia, dor e sofrimento que expõem a fragilidade humana diante da doença, mas que também reafirma sua grande capacidade de superação.
Neste momento, é preciso ter o discernimento e a atitude proporcionados pela psicologia para conduzir o paciente à busca da compreensão sobre suas dificuldades e a forma com que se relaciona com elas e com o mundo interno e externo, disse a psicóloga Paula Maia ao traduzir a magnitude do trabalho que o time de 11 psicólogos desenvolve nos complexos assistenciais da Santa Casa de Piracicaba. Ela concede apoio nas Unidades Santa Casa e Hospital Santa Isabel.
Para a psicóloga clínica Andressa Neves da Silva Zambon, da Unidade de Hemodiálise do Hospital, o time de psicólogos busca compreender como o ser humano cria sua história, como ele vivencia e como lida com ela:
Acompanho pacientes renais crônicos e ajudar em seus processos de aceitação da condição e adaptação ao tratamento com vistas estabilidade psicológica e emocional dos nossos pacientes tem sido, de fato, uma valiosa oportunidade de troca e crescimento diários, disse.
A psicóloga clínica oncológica Pedrilha de Goes Baggi, por sua vez, lembra que a abordagem da equipe não se limita aos sintomas emocionais, mas também a suas causas psicológicas, físicas e psicossomáticas, de forma a ajudar o paciente a passar pela experiência de adoecimento, conceder suporte aos familiares e trabalhar esses aspectos junto à equipe multidisciplinar para que a assistência seja integral.
Para os psicólogos Paulo Gonçalves, Leticia Usberti Elias, Patricia Maurys, Ednaldo de Moraes e Juliana Bortolazzo, os efeitos desta conduta promovem saúde e bem-estar ao paciente e também às equipes multiprofissionais envolvidas na assistência, com reflexos positivos à comunidade como um todo. Eles atuam junto aos Programas de Saúde Inteligente e Vila Saúde mantidos pela Santa Casa Saúde Piracicaba e, por meio da psicoterapia, trabalham para acolher os pacientes e cuidar de suas queixas para alívio ou resolução de seus conflitos.
A psicóloga organizacional Nathali Arruda Toledo lembra que essas premissas são instituídas com apoio do NADEP- Núcleo de Aprimoramento e Desenvolvimento de Pessoas, responsável pelos programas de treinamento e capacitação continua de equipes, líderes e gestores, para que comportamentos sejam treinados na própria organização. “Isso ajuda a adequar conceitos e comportamentos em prol da comunidade hospitalar”, considerou.
Isso faz do psicólogo um profissional importante sobretudo, dentro de organizações de saúde, onde ele atua como facilitador da comunicação e da expressão humana por meio da linguagem, visando a representação e a elaboração de vivências que podem resultar em adoecimentos ou internações, considera a psicóloga organizacional, Camila Abreu Sartori, do setor de Recrutamento e Seleção, onde elas contribuem para a estruturação do processo de análise dos candidatos e identificação dos perfis comportamentais e técnicos dos profissionais a serem contratados.
Há também o olhar voltado para a saúde e o bem-estar do trabalhador, lembrou a Claudia Roverone Serrador, vinculada ao SESMT- Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho do Hospital. Segundo ela, o foco é direcionado no cuidado e prevenção e, também, na intervenção para adequação estrutural do ambiente de trabalho.
Ao reverenciar e agradecer o trabalho desempenhado pelos psicólogos no âmbito hospitalar, o provedor Alexandre Valvano Neto lembrou que a atuação destes profissionais é imprescindível e envolve atenção direta ao paciente, à família e à equipe de saúde. “Eles trabalham, para promover mudanças, atividades curativas e de prevenção, e ainda possibilitar a diminuição do sofrimento que a hospitalização e a doença causam. Parabéns”, cumprimentou.