Ex-presidente e mais 33 pessoas são acusados de organização criminosa e atos contra a democracia; STF decidirá se aceita a denúncia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o órgão, Bolsonaro liderou uma organização criminosa responsável por atos contra a democracia.
Além do ex-presidente, outras 33 pessoas foram citadas na denúncia, que será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O colegiado decidirá se torna Bolsonaro e os demais citados réus no processo judicial.
A PGR pede que o ex-presidente seja condenado a 34 anos de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio, além de liderança de organização criminosa armada e deterioração de patrimônio público.
Entre os denunciados estão o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o deputado federal Alexandre Ramagem (PL); o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto; e o ex-comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira.
Caso a denúncia seja recebida, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, concederá um prazo de 15 dias para que os citados se manifestem.
Em seguida, a Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e o próprio Moraes, decidirá se aceita ou rejeita o pedido da PGR.
Bolsonaro se manifestou sobre o caso durante visita ao Senado Federal nesta terça-feira.
Ele negou envolvimento em qualquer trama golpista e afirmou não ter preocupação com a denúncia.
“Você já viu a minuta do golpe? Não viu. Viu a delação do Mauro Cid? Não viu. A frase mais emblemática tem uns 30 dias mais ou menos. Um amigo que deixei em Israel falou o seguinte: ‘Que golpe é esse que o Mossad não estava sabendo?’ Nenhuma preocupação com essa denúncia, zero”, declarou.
Crédito: Sputnik Brasil.