Trabalhar para oferecer um bom atendimento junto ao sistema público de saúde é um desafio enfrentado por governos em diferentes partes do mundo. A questão ganha contornos mais preocupantes quando lembramos que a pandemia de Covid-19 fez com que o tratamento de outras comorbidades ficassem represadas e assim houve uma potencialização das demais doenças que acabaram explodindo agora sobre o sistema público de saúde.
Apesar dos problemas comuns, existem algumas questões que só acontecem em Piracicaba, com cidadãos de outras cidades e até mesmo de outros estados vindo ao nosso município em busca de atendimento médico, principalmente nas áreas oncológicas e de exames de imagens. Para evitar este descontrole, o sistema operacional do cartão PiraCidadão, implantado nesta administração, está conseguindo limpar os nomes em duplicidade do nosso sistema cadastral de saúde, além de bloquear o acesso indiscriminado de pessoas que não residem aqui.
Eu costumo dividir a área da Saúde em Piracicaba em quatros segmentos, sendo o primeiro chamado de Alta Complexidade, que envolve o atendimento oferecido pelo Hospital dos Fornecedores de Cana, Santa Casa de Misericórdia e Hospital Regional, onde possuímos uma infraestrutura invejável, quando comparada com qualquer cidade de mesmo porte no Brasil.
No segmento do Atendimento Básico, realizado pelas 54 Unidades de Saúde da Família (USFs) e 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a falta de médicos foi resolvida com a contratação de profissionais de forma emergencial e com a realização de concursos. Na área de Especialidades, o projeto Zera Fila na Saúde segue com a contratação de serviços para acabar com a lista de espera para consultas, exames e demais procedimentos represados nos últimos anos. Já abrimos também credenciamento de hospitais, clínicas e médicos especialistas para a prestação de serviços médicos especializados, pequenas cirurgias e exames/procedimentos oftalmológicos junto à rede municipal de saúde.
A área mais crítica é a chamada de Emergência/Urgência, formada pelas quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a Central de Ortopedia e Traumatologia (COT). Ali as filas infelizmente ainda são grandes pois, comprovadamente, 90% destes pacientes representam casos de baixo risco de vida e muitas vezes as pessoas vão até lá por questões menos complexas.
Para enfrentar essa questão, transferimos duas UPAs, Vila Cristina e Vila Sônia, ao terceiro setor, que hoje operam com equipe multidisciplinar completa como suporte à população. Assim, só no primeiro trimestre deste ano, realizamos 162.338 atendimentos na área de Emergência/Urgência. Apenas para efeito de comparação com a gestão passada, no mesmo período do ano de 2019, os atendimentos realizados foram de 116.556.
O atendimento estendido oferecido em cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) das 17 às 21h, também desafogou os casos de Emergência/Urgência e, a implantação da Telemedicina, com atendimento médico realizado via internet, já está em funcionamento, com previsão de até 42 mil consultas virtuais em um ano.
Mas para tentar frear este atendimento exacerbado dentro das UPAs, especialmente no período de frio mais intenso, que favorece síndromes gripais e respiratórias, criamos o projeto UPA+Livre, uma unidade exclusiva no Tiro de Guerra para pacientes com esses quadros e que também atende pessoas com suspeita de Dengue. Apresentamos uma estrutura nova e ágil para que a população seja bem assistida sem precisar ir nas UPAs, onde o atendimento tem que continuar sendo prioritário para Emergências/Urgências e não para síndromes gripais.
Este é o caminho que adotamos, trabalhando sério, para a melhoria contínua do atendimento na área da saúde.
Prefeito Luciano Almeida
