Idealizador do evento que projetou o humor gráfico piracicabano internacionalmente faleceu vítima de complicações da covid-19
Roberto Antônio Cera, o Cerinha, idealizador e um dos fundadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, morreu neste sábado (20) aos 85 anos.
A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal da Cultura de Piracicaba (SP) e divulgada também nas redes sociais do próprio Salão de Humor e do artista.
Em nota oficial, a Secretaria de Cultura lamentou a perda:
“Com profunda tristeza, nos despedimos de Roberto Antonio Cêra, o querido Cerinha, um dos fundadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba.
Visionário e apaixonado pela cultura, foi incentivador das artes, da comunicação e da liberdade criativa.
Seu legado vive nas muitas iniciativas que ajudou a construir e na memória afetiva de uma Piracicaba mais criativa e plural”.
Segundo informações publicadas no Instagram de Cerinha, ele estava internado devido a complicações da covid-19 e não resistiu à doença.
O perfil oficial do Salão Internacional de Humor de Piracicaba também prestou homenagem:
“Um grande incentivador das artes, da comunicação, do humor gráfico, entre tantas outras frentes, esteve desde o início entre os que pensaram e ajudaram na criação de nosso evento. Fica o legado dessa grande personalidade, com uma história marcante e determinante para o humor gráfico piracicabano e internacional”.
Um legado para o humor e a liberdade de expressão
O Salão Internacional de Humor de Piracicaba foi criado em 1974, em pleno período da ditadura militar no Brasil.
A ideia surgiu de um grupo de artistas, jornalistas e intelectuais da cidade, que contaram com o apoio do jornal O Pasquim, um dos principais veículos alternativos de resistência cultural da época.
Já em sua primeira edição, o Salão atraiu nomes expressivos do cartum brasileiro como Millôr Fernandes, Ziraldo e Jaguar, e consolidou-se como um dos principais eventos internacionais dedicados à arte do humor gráfico.
Desde então, o evento tornou-se símbolo de liberdade criativa, inovação e reflexão crítica, projetando Piracicaba no cenário artístico mundial.
Com a morte de Cerinha, Piracicaba se despede de uma de suas figuras mais emblemáticas, cujo trabalho ajudou a transformar a cidade em um polo de expressão artística e cultural.