Presidente norte-americano usa tom informal para relatar pressão internacional por acordos, enquanto novas tarifas contra a China entram em vigor com alíquota de até 104%
O presidente norte-americano Donald Trump voltou a adotar um tom provocador ao falar sobre a guerra comercial iniciada por seu governo.
Em jantar com o Comitê Nacional Republicano para o Congresso, realizado na terça-feira (7), Trump afirmou que líderes de outros países estariam buscando com insistência acordos comerciais com os Estados Unidos devido às novas tarifas impostas.
“Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'”, declarou o presidente, segundo registros do evento.
As tarifas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta-feira (9), com destaque para a taxa de 104% aplicada sobre produtos importados da China, medida que intensifica o confronto econômico entre as duas maiores potências do mundo.
No sábado anterior (5), já haviam entrado em vigor as tarifas gerais anunciadas pelo governo norte-americano.
Na mesma terça-feira, horas antes do jantar, Trump havia comentado sobre a possibilidade de um entendimento com o governo chinês, demonstrando otimismo moderado:
“Acredito que a China vai querer um acordo em algum momento”, afirmou. Contudo, também acusou o país asiático de manipular sua moeda para compensar os efeitos das tarifas impostas pelos EUA.
As novas medidas protecionistas fazem parte da estratégia da Casa Branca de reduzir o déficit comercial e fortalecer a indústria nacional, mas têm gerado reações negativas tanto no cenário internacional quanto entre setores da própria economia norte-americana.
A escalada nas tensões comerciais eleva a incerteza nos mercados globais e pode impactar cadeias produtivas em diversos países, inclusive no Brasil, que mantém relações comerciais com ambos os países.