Desde 2018

⭐ Piracicaba, 10 de março de 2025 ⭐

[wp_dark_mode style="3"]

Publicidade

Medicação chega no Brasil para Combate à Bronquiolite em Crianças

Fisiolar_Bronquiolite

Chegou no país o Beyfortus (nirsevimabe) proteção revolucionária para bebês e crianças contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador de internações respiratórias em crianças menores de 2 anos

Uma grande novidade acaba de chegar ao Brasil e promete mudar o cenário da prevenção contra a bronquiolite, a maior causa de internação em crianças menores de 2 anos. O Beyfortus (nirsevimabe), um anticorpo monoclonal recombinante humano, foi desenvolvido para prevenir infecções do trato respiratório inferior causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é um dos principais responsáveis por quadros graves em bebês e crianças pequenas.

De acordo com a Dra. Anna Bohn, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), “a chegada do Beyfortus ao Brasil representa um marco importante para a prevenção de complicações relacionadas ao VSR, especialmente em grupos de maior risco. Essa nova opção terapêutica oferece uma proteção mais ampla e eficaz em comparação às alternativas existentes.”

A bronquiolite é uma das principais causas de internação em crianças menores de 2 anos no Brasil. Dados da Fiocruz mostram que em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 153 mil internações de bebês menores de um ano por problemas respiratórios, como pneumonia, bronquite e bronquiolite, representando um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Além disso, até julho de 2024, foram registrados mais de 22 mil casos de bronquiolite em crianças de até 2 anos. Esses números destacam a importância de medidas preventivas eficazes contra o VSR.

O Beyfortus está indicado para a prevenção da doença do trato respiratório inferior causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente no caso de dois grupos específicos:

1.     Recém-nascidos e lactentes no início ou durante sua primeira temporada do VSR.

2.     Crianças de até 24 meses de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo VSR até a sua segunda temporada do VSR, que pode incluir, mas não se limita a crianças com:

  • Doença pulmonar crônica da prematuridade (DPC);
  • Doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa (DCC);
  • Imunocomprometidos;
  • Síndrome de Down;
  • Fibrose cística;
  • Doença neuromuscular;
  • Anomalias congénitas das vias aéreas.

Embora o Beyfortus funcione como uma forma de prevenção contra infecções causadas pelo VSR, ele não é uma vacina. A vacina VSR estimula o sistema imunológico a produzir uma resposta duradoura contra o agente infeccioso, enquanto o Beyfortus oferece proteção imediata e temporária através da introdução de anticorpos monoclonais prontos.

Sendo assim, a aplicação é mais indicada em períodos específicos, como a temporada de maior circulação do VSR. Vale ressaltar que já existe uma vacina VSR para gestantes, que visa prevenir a infecção pelo vírus em bebês de até seis meses por meio da transferência passiva dos anticorpos da mãe para o bebê.

Essa medicação (Beyfortus) deve ser administrada por um profissional de saúde habilitado com uma injeção no músculo. Geralmente, ele é aplicado na parte externa da coxa, e o tipo de agulha a ser utilizada deverá levar em consideração as características do paciente, como tamanho e gordura corporal.

Para garantir a proteção contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) geralmente uma única dose é suficiente para a temporada de maior circulação do vírus. Entretanto, a dose é ajustada conforme o peso e a idade do bebê ou criança que receberá o anticorpo.

Estudos clínicos demonstraram que o Beyfortus oferece uma proteção altamente eficaz contra infecções graves causadas pelo VSR:

  •  ·Redução de 86,2% na incidência de infecção em bebês muito prematuros e moderadamente prematuros (28 a 33 semanas de gestação) e 74,5% em bebês a termo ou prematuros tardios (34 semanas ou mais).
  • Redução de 86,5% em bebês muito prematuros e moderadamente prematuros e de 62,1% em bebês a termo e prematuros tardios.

Com uma única dose administrada no início da sazonalidade do VSR, a proteção do Beyfortus dura até 5 meses, o que cobre todo o período crítico de exposição ao vírus. Essa característica o torna mais conveniente e eficaz em relação ao palivizumabe, o anticorpo monoclonal atualmente disponibilizado pelo SUS, que exige doses mensais e tem um custo maior.

A bronquiolite é uma das maiores preocupações pediátricas. A nova medicação representa uma grande esperança, não apenas pela proteção ampla que oferece, mas também pela possibilidade de reduzir o impacto dessa doença no sistema de saúde e na qualidade de vida.

Foto: Banco de Imagem

Publicidade