O grupo com maior probabilidade de apresentar essa condição são os idosos.
A Xerostomia, popularmente definida como a sensação de boca seca, é um fenômeno que impacta a vida e a saúde bucal de boa parte da população. Segundo o presidente da Câmara Técnica de Estomatologia, Fábio Alves, o sintoma – identificado por meio do relato do paciente – pode ser confundido com a hipossalivação, que é a diminuição de saliva produzida pelas glândulas salivares, sendo necessário um exame de sialometria para quantificar a taxa de fluxo salivar.
O grupo com maior probabilidade de apresentar essa condição são os idosos. Diabéticos, pessoas com doenças autoimunes e fumantes também podem ter xerostomia.
“Indivíduos considerados saudáveis tendem a apresentar queixas de xerostomia quando a sua taxa de fluxo de saliva não estimulada diminui para valores inferiores a 50% do seu nível habitual”, explica o especialista.
Surgimento
Uma das principais causas da xerostomia é a desidratação por baixo consumo de líquidos, mas ela também ocorre por febre, sudorese, vômitos e diarreia. O uso de medicações anticolinérgicas, como antidepressivos, descongestionantes, sedativos, opioides, anticonvulsivante e anti-hipertensivos, também pode trazer os sintomas.
O cirurgião-dentista alerta que pacientes em tratamento oncológico também sofrem com a boca seca, devido à radioterapia em região de cabeça e pescoço, bem como por determinados quimioterápicos ou imunoterápicos.
Existem outros fatores que podem justificar os sintomas de xerostomia. Entre eles, estão o envelhecimento, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
Algumas medidas que podem ser aplicadas para evitar a xerostomia são: realizar uma hidratação adequada, por meio da ingestão de água ao longo dia; procurar ter uma alimentação saudável; evitar tabaco e álcool; e usar creme dental com flúor e enxaguante bucal sem álcool.
Riscos e Cuidados
“A xerostomia exige alguns cuidados, pois a saliva desempenha um papel essencial na saúde bucal e geral. A falta de saliva aumenta o risco de problemas orais e pode impactar a qualidade de vida”, orienta Fábio Alves.
A saliva é muito importante na neutralização de ácidos e na remoção das cáries dentárias. Sendo assim, pessoas sem saliva suficiente aumentam os riscos de terem cáries. Infecções orais, mau hálito, doenças periodontais, dificuldade para mastigar e engolir ou falar, sensação de ardência, dor e mucosas na língua são algumas das características.
“Os principais cuidados são: higiene bucal cuidadosa e consulta regular ao dentista para orientações dos possíveis tratamentos. Com esses cuidados, é possível controlar os sintomas e minimizar os riscos associados à xerostomia, promovendo a saúde bucal e o bem-estar geral”, pontua o profissional.
Tratamento
O tratamento de xerostomia é multidisciplinar. Para casos de xerostomia pós-radioterapia em região de cabeça e pescoço, a acupuntura e a eletroestimulação transcutânea são indicadas para reversão do quadro de boca seca. Produtos como gel e spray de saliva artificial podem ajudar a manter a boca úmida. Alguns medicamentos estimulam a produção de saliva, mas devem ser consumidos após prescrição médica, visto que podem causar efeitos colaterais.
Cura
A cura para quadros de xerostomia acontece quando a origem dos sintomas dos pacientes não é oriunda de condições crônicas, como a Síndrome de Sjögren, tratamentos de radioterapia ou ingestão de determinados medicamentos. Em situações causadas por fatores temporários, como a desidratação, a condição se torna reversível. Nos casos de xerostomia por medicação, a orientação é entrar em contato com o médico responsável e tentar uma substituição ou alteração da dose, afirma o presidente da Câmara Técnica de Estomatologia.
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