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⭐ Piracicaba, 21 de novembro de 2024 ⭐

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Muito mais que apenas hormônio do estresse: cortisol pode ser tanto seu aliado quanto vilão

Conheça o impacto do cortisol em cada aspecto do seu corpo, os sinais de alerta para desequilíbrios e as práticas essenciais para manter esse hormônio sob controle e melhorar sua qualidade de vida.

O cortisol é frequentemente lembrado como o “hormônio do estresse”, mas a verdade é que ele é muito mais complexo e desempenha funções vitais no nosso organismo. Produzido pelas glândulas adrenais, ele é essencial para responder ao estresse, regular o metabolismo e ajudar no funcionamento adequado do sistema imunológico. Mas quando o cortisol sai de controle – seja em excesso ou em deficiência – ele pode se transformar em um verdadeiro inimigo da saúde. O médico de saúde integrativa, doutor Francisco Saracuza, detalha como esse hormônio atua no corpo, os impactos que ele causa e como manter seus níveis em equilíbrio.
 

O que é o cortisol e por que ele é importante?

O cortisol é um hormônio que age em várias áreas do corpo. Ele é liberado em resposta ao estresse, dando ao organismo um impulso de energia e aumentando a capacidade de reação em situações de perigo ou pressão. No entanto, o cortisol também desempenha papéis essenciais além de nos ajudar a lidar com o estresse:

Regulação do metabolismo: O cortisol ajuda o corpo a converter alimentos em energia, controlando a metabolização de carboidratos, proteínas e gorduras. Ele eleva a glicose no sangue, fornecendo combustível para os músculos e o cérebro, principalmente durante o jejum ou em momentos de estresse.
 
Função imunológica: O cortisol tem um efeito anti-inflamatório natural, modulando a resposta do sistema imunológico e prevenindo que ele reaja de forma excessiva. Isso é útil em situações de inflamação temporária, mas níveis altos de cortisol a longo prazo podem suprimir a imunidade, deixando o organismo vulnerável a infecções.
 
Pressão arterial: Esse hormônio também ajuda a manter a pressão arterial em níveis adequados, controlando a resposta dos vasos sanguíneos ao estresse. Em excesso, porém, ele pode elevar a pressão, aumentando o risco de problemas cardiovasculares.
 
Ciclo sono-vigília: O cortisol é liberado em ciclos ao longo do dia, geralmente com picos pela manhã para nos ajudar a despertar e cair ao longo da tarde e noite para que possamos descansar. Esse ritmo natural, no entanto, pode ser afetado pelo estresse constante, resultando em problemas para dormir.

Quando o cortisol está em excesso: os efeitos negativos do estresse crônico

Ter níveis adequados de cortisol é crucial para a saúde, mas o estresse crônico pode levar ao excesso desse hormônio, o que traz uma série de consequências negativas:
 

1. Ganho de peso e acúmulo de gordura abdominal: O cortisol alto eleva o açúcar no sangue e favorece o armazenamento de gordura, especialmente na região abdominal. Isso ocorre porque, em tempos de estresse, o corpo interpreta que precisa conservar energia, o que gera o acúmulo de peso.
 

2. Alterações no humor e saúde mental: O excesso de cortisol interfere nos neurotransmissores que regulam o humor, como a serotonina. Isso pode levar a sintomas de ansiedade, irritabilidade e até depressão. Pessoas que convivem com o estresse crônico frequentemente relatam sentir-se esgotadas emocionalmente.
 

3. Envelhecimento acelerado e degeneração muscular: Em altos níveis, o cortisol degrada o colágeno, uma proteína essencial para a saúde da pele e dos músculos. O resultado é uma pele mais fina e com maior propensão a rugas, além de uma perda gradual de massa muscular.
 

4. Supressão do sistema imunológico: A produção excessiva de cortisol suprime a atividade do sistema imunológico, o que aumenta o risco de infecções e retarda o processo de cicatrização. É por isso que pessoas sob estresse constante costumam adoecer com mais facilidade.
 

5. Osteoporose: O cortisol elevado reduz a absorção de cálcio e enfraquece os ossos. Estudos mostram que o excesso desse hormônio pode aumentar o risco de osteoporose e fraturas.
 

Quando o cortisol está baixo: efeitos do déficit

Embora o excesso de cortisol seja prejudicial, sua falta também pode gerar problemas:

Fadiga constante: O déficit de cortisol pode fazer com que a pessoa sinta uma exaustão persistente, mesmo após uma boa noite de sono. Esse quadro pode estar associado a condições como a fadiga adrenal.
 
Dificuldade em lidar com o estresse: Com níveis baixos de cortisol, o corpo tem dificuldade em responder ao estresse, o que pode gerar sintomas como ansiedade, cansaço mental e uma sensação de falta de energia.
 
Problemas digestivos: O cortisol influencia o sistema digestivo, então sua falta pode levar a desconfortos abdominais, náuseas e perda de apetite.
 
Mas afinal, como manter o cortisol em níveis equilibrados?

É uma questão de manter hábitos saudáveis e adotar práticas que reduzam o estresse no dia a dia. Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar a regular esse hormônio:
 

Priorize o sono de qualidade: Manter um ciclo de sono-vigília regular é fundamental para o equilíbrio do cortisol. Estabeleça uma rotina relaxante antes de dormir, evite o uso de dispositivos eletrônicos e mantenha o ambiente de descanso confortável.
 

Pratique exercícios moderados: Atividade física regular ajuda a equilibrar o cortisol, mas lembre-se de evitar excessos. Exercícios intensos em excesso podem causar o efeito contrário, elevando ainda mais o cortisol. Opte por uma rotina equilibrada que inclua caminhadas, treinos de força e atividades relaxantes, como yoga ou pilates.
 

Inclua alimentos ricos em nutrientes antiestresse: Certos nutrientes, como o magnésio e a vitamina C, ajudam a reduzir o impacto do estresse no corpo. Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas cítricas, vegetais verdes e nozes, ajudam a proteger o organismo e a manter o cortisol controlado.
 

Gerencie o estresse com técnicas de relaxamento: Práticas como meditação, respiração profunda e mindfulness são ferramentas eficazes para reduzir o estresse e controlar o cortisol. Dedicar alguns minutos do dia a essas atividades pode ter um efeito calmante e melhorar o bem-estar geral.
 

Considere terapias de suporte: Em casos de desequilíbrios hormonais persistentes, como o estresse crônico e a fadiga, a modulação hormonal pode ser uma alternativa. A terapia de reposição hormonal (TRH), quando indicada por um especialista, pode ajudar a regular o cortisol e promover o equilíbrio de outros hormônios afetados pelo estresse.

 

Foto: Divulgação