Homenagem dará início a programação sobre italianidade com participação do Pecege
A inauguração do Monumento à Italianidade, realizada quinta-feira (03), no Parque da Rua do Porto pela Società Italiana di Mutuo Soccorso marcou os 150 anos de imigração italiana no Brasil, e dará início à abertura da programação comemorativa com a participação do Instituto Pecege, que será disponibilizada no mês de novembro.
De acordo com presidente da Società Italiana de Piracicaba, conselheiro do Comitato dell’Italiana L’Estero, e vice-presidente da ACIPI, Juliano Meneghel Dorizotto, houve uma sensibilização surpreendente da comunidade.
Hoje é um momento de gratidão a todos que abraçaram a causa. O Instituto Pecege vai contribuir também. Quando iríamos esperar que o Pecege iria abraçar essa causa? Jamais. Uma instituição tão importante, tão relevante na cidade. E de repente fomos surpreendidos. Então, o que podemos dizer? Gratitude, Madonna!, ressalta Juliano.
O presidente do Pecege, Ricardo Shirota, diz-se honrado em participar da programação deste que é um dos mais importantes processos migratórios do Brasil, que tanto contribuiu para a formação do povo e dos costumes do País.
Nesse sentido, os italianos e seus descendentes são responsáveis por uma parcela significativa dos muitos valores sociais e culturais compartilhados por toda a nossa população, mesmo pelos não descendentes. Portanto, é mais do que natural que possamos todos comemorar esse importante marco histórico e participar das inúmeras atividades culturais relacionadas com a Itália que estão planejadas para os próximos meses, afirma Shirota.
Para Cônsul italiano, Domenico Fornara – que veio à Piracicaba exclusivamente para a inauguração, este momento importante celebra a imigração italiana no Brasil.
Inúmeras famílias italianas viajaram para o interior de São Paulo ajudando no desenvolvimento deste maravilhoso Estado. Então, celebrar esse momento com um belo monumento é seguramente um acontecimento muito especial. Viva a Itália, viva o Brasil!, exalta Domenico Fornara.
O presidente do Comitato Degli Italiani All Estero, Alberto Mayer, diz que a herança que os italianos deixaram no Brasil é uma coisa tão concreta, que essa homenagem vai ficar para as próximas gerações.
Quem passar por aqui vai dizer que esse é um imigrante que veio com coragem e com seus valores para construir uma nova vida, conclui Mayer.
A obra de arte esculpida em bronze, foi elaborada pelo artista plástico e diretor Cultural da Società, Palmiro Romani, que contou sobre sua inspiração para desenvolver uma escultura que simbolizasse a vinda dos imigrantes italianos, relembrando que tudo começou há três anos em um congresso no Teatro Municipal, quando o seu amigo presidente da Società, Juliano Meneghel Dorizotto, lhe pediu para elaborar um monumento sobre os 150 anos da imigração italiana.
Naquela hora a minha cabeça deu um nó. Eu não conseguia mais escutar o congresso. Parece que eu ouvia minha nona dizendo “eles vieram com uma única mala. A mala era tudo o que eles tinham”. Daí eu fiquei desesperado! Naquela noite eu não dormi. Fiz um esboço, e mandei para o Juliano que me retornou com a resposta “Bravo, bravo, andiamo avanti’s, relembra Palmiro.
O artista plástico explica que a ideia da mala surgiu porque os imigrantes italianos só tinham isso.
Eles vieram em um navio cargueiro, não tinham onde ficar. Então a mala servia de banco, de travesseiro, e até de berço para as crianças. Era tudo o que eles tinham, além de esperança… E o cajado, eu coloquei porque simboliza Moisés abrindo o mar, e eles navegaram o Atlântico… Então, a ideia é que cada um olhe para a mala e sinta que foi o seu ancestral quem trouxe essa mala conclui, Romani.