A doença de Dupuytren é uma condição na qual o colágeno da mão presente na fascia palmar sofre uma alteração na sua forma, engrossa e ao mesmo tempo contrai parecendo uma corda, que ocasiona a flexão dos dedos para dentro em direção à palma da mão.
Ela apresenta outros nomes como Fibromatose Palmar ou Moléstia de Dupuytren.
O desenvolvimento da doença geralmente ocorre muito lentamente ao longo de muitos meses, ou mesmo anos, embora em casos raros possa se desenvolver subitamente. Pode afetar qualquer um dos dedos sendo o anelar e o mínimo os dedos mais afetados.
Pode ocorrer em apenas uma mão ou em ambas as mãos ao mesmo tempo.
Causas
Sua causa não é totalmente compreendida. Na maioria dos casos, não ocorre antes dos 50 anos de idade e é mais comum em homens.
Existe um componente genético importante, sendo mais comum em descendentes de Europeus. Outros fatores de risco relacionados com a doença são:
- Diabetes;
- Tabagismo;
- Trabalho manual repetitivo, principalmente associado a vibrações;
- Uso excessivo de álcool (particularmente quando a doença do fígado também está presente);
Quadro Clínico
Muitas vezes, o primeiro sinal da condição é um nódulo indolor na palma da mão perto da base dos dedos. Isso pode ser seguido por uma sensação de aperto e/ou sensibilidade nos dedos. Conforme a condição progride, é difícil endireitar completamente os dedos e pode apresentar ondulações e franzimentos da pele sobre a área. Eventualmente, a contratura dos dedos pode tornar-se tão grave que a mão perde sua função.
A condição em si não é dolorosa. Entretanto, se a pessoa pode sentir dor se tentar endireitar o dedo. Em alguns casos, os músculos da mão podem ficar fracos pelo fato da mão não ser utilizada de forma funcional.
À medida que a condição progride, a fibromatose palmar pode limitar a capacidade de realizar determinadas tarefas, como digitar e pegar objetos.
Diagnóstico
É feito por um médico ortopedista através da anamnese e exame físico, não sendo necessário geralmente nenhum exame de imagem para confirmação da patologia.
Tratamento
A fisioterapia pode ser uma opção de tratamento, especialmente nas fases iniciais da doença. O tratamento fisioterapêutico pode incluir:
- Alongamentos e flexões dos dedos e punhos;
- Fortalecimento muscular;
- Treino proprioceptivo;
- Eletroterapia para alívio de dores e estimulação muscular;
- Aplicação de calor.
Quando a doença evolui a ponto de o paciente não ser capaz de encostar a palma da mão na mesa, o tratamento cirúrgico é indicado. O procedimento cirúrgico mais utilizado é a fasciectomia parcial, que consiste na resseção da corda e, consequentemente, na melhora do posicionamento do dedo.
O pós-operatório consiste em um período curto de imobilização seguido por uma reabilitação precoce para ganho de arco de movimento. Pode ser necessário a utilização de órteses dinâmicas com o intuito de fletir e estender o dedo.
A fisioterapia pode ser útil para ajudar a recuperar o movimento dos dedos, mesmo após a cirurgia.
Cabe lembrar que o tempo e a gravidade da contratura são determinantes no resultado funcional final bem como a realização correta da reabilitação no pós-operatório.