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⭐ Piracicaba, 23 de novembro de 2024 ⭐

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João Carlos Goia

Gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado
em mídias e mestre em educação

O novembro mais confuso de nossa história

Frio em plena primavera; copa do mundo no final de ano, sem cerveja e num país controverso; eleições cujos resultados não são aceitos por parte da população; estradas bloqueadas clamando por liberdade; possível retorno de uma pandemia que todo mundo considerava superada; países vizinhos/irmãos em guerra há quase um ano, como se não houvesse nada de anormal nisso para o resto do mundo; vagas de emprego disponíveis e muitos desempregados; comércio já preparado e decorado para o Natal, mas ainda muito aquém do movimento de compras desejado. Esqueci algo? Com certeza sim.

Devem ter inúmeras outras anomalias que estamos enfrentando nesse mês 11 de 2022. Haja saúde, resiliência, esperança e disposição, ou como diriam os jargões nas redes sociais: o mundo não está para amadores não.

A reta final do ano e tais fatos vem causando sensações das mais diferentes em cada um de nós. Alguns animados, outros energizados e querendo lutar, muitas vezes sem ao menos entender as motivações de forma clara, muitos desmotivados também ou imaginando o pior a frente, mas enfim, independe de seu estado emocional, não se pode parar a máquina.

O relógio avança e ignora nossas vontades, pensamentos, ideologias, entre outros.

Falando primeiro sobre o maior evento esportivo mundial, nossa querida copa, quero rapidamente dialogar sobre o que representam esses jogos, como influenciam as pessoas, suas emoções e como se tornam sempre uma válvula de escape para amenizar, em partes, o clima de incertezas que se apresenta em todo planeta nos últimos anos, seja pela pandemia, incertezas políticas, instabilidades financeiras, etc.

Repito, novamente, não adianta querer parar o mundo, parar o tempo, a copa também vai acontecer.

Pensando no cenário político, presenciamos a continuidade de um debate que há tempos não se via, entre duas grandes bandeiras partidárias do país. Muito salutar como preconizou o economista britânico Arnold Toynbee em uma de suas célebres frases:

O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.

Ainda bem que estamos nos interessando e nos apresentando como uma sociedade que questiona, que precisa de esclarecimentos extras sempre. O fato delicado da questão é o que foi feito desse debate, que deveria ser produtivo, rico em percepções dissonantes, mas que acabou configurando-se num familiar (no sentido literário da palavra) e polarizado campo de batalha, que visa, à força, convencer o outro lado de que está enxergando e refletindo de forma equivocada.

Ja tratei em artigos anteriores sobre o perigo do senso comum e sobre compartilhar qualquer notícia, seja pró ou contra, sem antes realizar uma verdadeira apuração dos fatos. Nos últimos meses, ou anos, foi o que mais ocorreu, principalmente nas redes sociais, uma verdadeira guerra desinformacional de ambas as partes.

A questão do aumento das vagas de empregos que se apresentam nos últimos meses, apesar de ser um indicador positivo para a economia, enfrenta dificuldades em contratar, pois os candidatos não se apresentam, ou melhor, não apresentam necessariamente, a experiência, formação e competências desejadas.

Em nossa cidade, boas iniciativas ocorreram por meio da oferta de vagas de qualificação oferecidas pela Semdettur Piracicaba em parceria com o Senac e Senais, também foram obtidos bons resultados na 2ª Feira Municipal de Empregabilidade e temos pela frente, o melhor momento do ano para contratações no comércio, mas é necessário em definitivo, uma conscientização por parte da população, que sem educação e qualificação profissional, esse paradoxo será cada vez mais latente.

Voltando à Copa, a civilidade e o patriotismo começam a surgir nas bandeiras em muitas janelas e a passear nos carros, nas calçadas e muros que vão recebendo as cores do país e nas pessoas que se reúnem em família, entre amigos ou entre multidões nas praças públicas.

Quem sabe não seja um bom início de uma possível retomada de unificação de nossa bandeira por toda população, como sendo nosso símbolo maior de patriotismo?

Finalizo desejando que o Brasil seja hexacampeão ou pelo menos tenha uma participação honrosa nessa nova Copa. Desejo ainda, que essa união por meio do esporte leve de alguma forma, uma sensibilização e novo olhar aos líderes dos países em guerra, para que retornemos à paz mundial, afinal, mesmo com esse novembro estranho e todas as suas anomalias, somos todos passageiros dessa grande e única nave chamada planeta e, a vida, a vida é nosso bem mais valioso e deve ser vivida da melhor forma possível, de preferência num mundo onde todos tenhamos dignidade e paz.