O tema deste artigo é ampliado em um vídeo que fará parte das atividades de Piracicaba no World Creativity Day 2022, que acontecerá nos dias 21, 22 e 23 de abril.
Trata-se do maior festival internacional colaborativo de criatividade e, em Piracicaba, será representado por 27 inspiradores, cada qual tratando de temas diferentes ligados as suas experiências, trabalhos, produções e projetos, cuja competência essencial é a criatividade, dada sua importância e papel para o desenvolvimento humano.
Fiquei muito honrado pelo convite feio por minha amiga Thais Lacerda, que é a líder e coordenadora do movimento em Piracicaba e de imediato comecei a pensar em possibilidades e conteúdos, que pudessem, além de envolver nossa comunidade educacional no Senac, trazer informações úteis ao público interessado, que poderá conferir o conteúdo dentre as milhares de atividades previstas no evento (20 atividades em Piracicaba).
Cheguei ao conceito que estamos debruçados há anos, que são os estudos e pesquisas em relação a Indústria ou Economia Criativa e sua importância na cadeia produtiva e na geração de empregos nas últimas décadas.
A empregabilidade hoje está relacionada diretamente ao estado constante de transformação do mercado e seus segmentos e, nesse sentido, nossa capacidade de nos prepararmos e adaptarmos fará toda diferença para conquista de nosso espaço, afinal, há tempos pesquisas e cenários apontam para um futuro desrruptivo das formas de trabalhos tradicionais e, que hoje, já se apresentam como realidade em muitos casos.
Vejam por exemplo, os processos de automação e fechamento de grandes indústrias, o crescimento de trabalhadores autônomos, a constante expansão da terceirização de mão de obra, o crescente número de MEIs, que já ultrapassa a casa dos 11 milhões em todo país, o também crescente e impressionante número de startups, entre outros.
Estamos em acelerada migração, de uma forma de trabalho configurada a partir de uma economia linear e tangível, para o que consideramos, uma nova Zeitgeist, redonda e intangível.
Aqui entro efetivamente no contéudo de meu vídeo no Creativity World Day, material este onde procuro ilustrar um pouco essa mudança e, para tal, começo citando o autor, pesquisador, jornalista, consultor, professor, empresário e futurista, o inglês John Howkins, que nos anos 2000 traduziu e difundiu o termo “Economia Criativa” no Brasil, através de seu livro “Economia Criativa, como ganhar dinheiro com ideias criativas”, publicação esta onde conseguiu apresentar de forma simples e objetiva, como profissionais ligados aos setores criativos, poderiam transformar suas produções em negócios rentáveis.
Esse é o princípio do mundo e economia intangível, onde ideias geniais valem mais do que o tamanho ou capital de uma empresa.
Nesse novo modelo de gerar riquezas e que transforma a natureza do trabalho desde o final do século XX, o tangível cede lugar ao intangível, os parques industriais ou empresas se reconfiguram em grandes ambientes coworking ou home office, onde máquinas e produção em série, perdem espaço para ideias geniais, soluções e inovações tecnológicas e o talento individual e, principalmente, coletivo das pessoas.
Segundo a futurista e pioneira em economia criativa no Brasil, Lala Deheinzelin, “economia Criativa é toda riqueza que você pode gerar a partir de recursos intangíveis”, mas afinal, o que seria esse intangível? Seriam em tese os produtos oriundos de áreas como entretenimento, gastronomia, moda, música, pesquisa e desenvolvimento, publicidade e propaganda, setor editorial, software, TV e rádio, turismo, jogos eletrônicos, entre outros, enfim, geram inovação e atendem demandas a partir da criatividade.
Para citarmos apenas alguns exemplos, lá atrás, em 1998, os teatros da West End e Broadway, gastaram muito mais com propriedades intelectuais e direitos autorais, do que com suas gigantes infraestruturas e imóveis. A indústria fonográfica britânica empregou mais pessoas e faturou mais do que a automobilística nos últimos anos. Surpreendente? Não! Apenas tangível para intangível.
Em Piracicaba, por exemplo, podemos citar também nosso engenho central, desativado há anos e hoje transformado em centro de eventos culturais, gastronômicos e negócios. Nosso novo ambiente no bairro Monte Alegre, onde as usinas e fábricas do ontem, cedem espaço para outros segmentos, relacionados a criatividade e inovação.
Fica o convite para olharmos então para esse novo mundo e, quem sabe ao nos debruçarmos sobre ele, encontremos oportunidades e caminhos, que hoje parecem tão complexos.
Se ainda tem dúvida por onde começar, se inscreva no WCD no site e, tenho certeza, encontrará muitas inspirações.