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⭐ Piracicaba, 24 de novembro de 2024 ⭐

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João Carlos Goia

Gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado
em mídias e mestre em educação

A vida pós-pandemia: uma visão vinda do futuro [Parte Final]

Quem sofre pelo futuro, ou rumina o passado, destrói o único tempo que é possível ser feliz, saudável e desestressado: o presente!

Finalizo a sequência de artigos relatando os acontecimentos de um futuro não tão distante, com essa belíssima e verdadeira afirmação de Augusto Cury, um dos mais conceituados psiquiatras até então, aí em 2021. Coincidentemente, essa frase é de alguma forma, antagônica a minha proposta nesses últimos três meses, ou seja, segundo tal afirmação, não adianta nada sofrer com tudo que antecipei sobre todos os aspectos sociais, que possam, ou devam afetá-los, quatro anos antes, assim, como eu, aqui em 2025, não deveria me preocupar com tudo que ocorreu por aí, pois já é história.

Mas calma amigo leitor, minha intenção é apenas uma: fazê-los refletir para procurar caminhar da melhor forma possível em seu presente, a partir dessas tendências e fatos oriundos do futuro. Vocês que hoje, tem em mãos o agora, o já, aproveitem e tomem suas decisões, principalmente as que mais possam ajudá-los a viver melhor, mais felizes e realizados, ah, saudáveis também, muito importante nos tempos de pós experiência pandêmica.

Essa última parte da trilogia de meus artigos nesta despretensiosa coluna, trata exatamente disso: qualidade de vida. E por que tratar desse tema numa coluna que tem como propósito falar sobre mercado de trabalho e empregabilidade? Porque a qualidade de vida deve ser perseguida como uma meta, um objetivo importante, dentro de nosso trabalho, afinal, passamos boa parte do dia nele. Também porque, a pandemia nos ensinou uma outra valiosa lição, que estar bem e com saúde física e emocional, pode fazer a diferença, quanto e quando mais exigirmos de nosso organismo.

Falando, principalmente, sobre aspectos mentais, aproveito novamente as afirmações de Cury, que há pelo menos uma década, já nos alertava sobre síndromes como “Pensamento Acelerado” e “Intoxicação ou Solidão Digital”. Acreditem, aqui em 2025, isso é mais forte ainda e clínicas especializadas surgiram aos montes, afim de ajudar pessoas a conterem ou controlarem esses males. Observem as inúmeras alterações constantes que os aplicativos implantam e que contribuem assustadoramente para potencializar essa dinâmica frenética, por exemplo, acelerador de áudio do WhatsApp. Não conseguimos parar para ouvir uma simples mensagem que tenha mais do que um minuto, sem que precisemos acelerá-la para que termine logo. Mas isso vale para tudo. Se não estamos bem em nossa relação com a pessoa amada, temos logo que resolver isso, pois a fila precisa andar, como diz o jargão popular; se acreditamos que não somos valorizados ou que não conseguimos contribuir como desejamos no emprego que estamos, não temos a menor paciência para dedicar algum tempo e nos empenharmos, afim de apresentarmos resultados e, posteriormente, sermos reconhecidos; se estou infeliz com meu corpo, não me permito realizar mudanças a longo prazo que promovam as transformações que busco, então, passo a ingerir medicamentos diferenciados, que mais podem nos fazer mal, do que efetivamente promover algum benefício; até mesmo num ambiente mais agradável, como num restaurante, quando demora um pouco mais para prepararem nossos pedidos, dificilmente conseguimos permanecer tranquilos, degustando um bom vinho, acompanhado de uma boa e prazerosa conversa, claro, sem cada um estar com seu celular em mãos, divagando rede afora.

Chegamos então, a partir dessa minha última constatação, ao segundo e maior dos males da atualidade, tanto aí em 2021, quanto aqui, quatro anos a frente. A intoxicação ou solidão digital, conforme nos alerta Cury. Mas o que é isso? Certamente muitos de vocês sabem, ou pelo menos, experimentam diariamente. Já escrevi aqui nessa coluna, sobre a síndrome FOMO (Fear of missing out), síndrome do medo ou terror de estar por fora de tudo que acontece, principalmente nas redes sociais. Pois bem, fobias como essa surgiram com considerável aumento, por isso a necessidade de especialistas e clínicas para tratá-las. A diferença é que aqui, um pouco mais a frente, a hiperconectividade foi estabelecida em definitivo. Temos redes disponíveis em qualquer lugar e em diferentes aparatos, desde os mais tradicionais como os aparelhos mobiles, computadores, tablets, entre outros, até os mais diferenciados e ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer lugar e situação, como telas touch em sanitários, relógios que são e fazem praticamente o mesmo que um celular, TVs, geladeiras, carros, elevadores, paredes nas casas ou diferentes espaços públicos, nos convidando e seduzindo o tempo todo, com suas telas embutidas e irresistíveis, claro, sempre conectadas a web.

Já caminhando para o final, pois essas breves linhas não nos permitem mais avanços e, também, porque seus pensamentos já estão provavelmente inquietos com esses quase 4 mil caracteres de leitura, precisamos buscar incansavelmente, retomar nosso equilíbrio em todos os pilares de nossa vida. Comece com pequenas mudanças. Mude hábitos alimentares que não agregam nada ao seu organismo, leiam-se, comidas industrializadas, empacotadas, “maquiadas” artificialmente, ou pelo menos, não permita que sejam presentes em todos os seus dias. Comece a fazer algo por seu corpo, mesmo que seja uma simples caminhada diária, ah, sem celular a mão, olhe para o entorno, para a natureza, para a vida. Experimente sair de casa pelo menos um dia sem seu celular, comece a entender que a desintoxicação digital é possível. Fuja da FOMO, não se preocupe com o que está acontecendo com a vida alheia, preocupe-se com o que está fazendo e realizando em e por sua vida. Nutra-se de pensamentos positivos, busque o minimalismo, fuja dos apelos e enxurradas de influencias que os levam a comprar muitas coisas que não necessitam, procure não ser refém da sociedade do consumo, pois, além de fazer um bem a si próprio, o meio ambiente também agradece. Encerro. Tenha fé, sua vida pode e deve ser melhor aqui no futuro, mudando o que puder aí em seu presente.