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João Carlos Goia

Gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado
em mídias e mestre em educação

Vida pós pandemia: uma visão vinda do futuro [Parte 1]

Estamos em junho de 2025. Envio essa mensagem para leitores desse mesmo mês, só que quatro anos antes. Sei que por aí os números da pandemia ainda assustam, preocupam, exigem cuidados e maior responsabilidade por parte de todos.

Também pelos registros históricos, verifico que uma luz surge ao final do túnel com as previsões de vacina para todos antes do final de 2021.

Para acalmar a todos, antecipo que deu certo e, gradativamente, a vida foi voltando a normalidade, embora com modificações significativas e definitivas.

Por aqui, já podemos socializar, aglomerar, abraçar e celebrar a vida. Outros desafios epidemiológicos surgiram pelo caminho após 2021, mas nada parecido com o que acontece aí com vocês, pois diferente da Covid, todos foram superados com maior facilidade devido aos avanços da medicina.

Como vocês imaginavam, sim, o trabalho em casa tornou-se realidade e alterou definitivamente a arquitetura e estrutura de nossos lares, que passaram a ser mais tecnológicos e com ambientes dedicados a esse fim. Da mesma forma, a maioria dos escritórios e empresas que não necessitavam de operações logísticas físicas, encerraram suas atividades presenciais ou, ainda, fecharam suas portas, sendo substituídos por soluções tecnológicas disruptivas.

Escrevi um artigo há pelo menos 10 anos, onde destacava que, se seu trabalho atual pudesse ser resumido em um checklist, certamente estaria fadado a desaparecer e ser automatizado. Essa tendência fez mais sentido ainda a partir do isolamento social provocado pela pandemia iniciada em dezembro de 2019 e, dessa forma, assistentes digitais surgiram como soluções para todas as necessidades repetitivas, criando inúmeras microempresas a partir de bases tecnológicas, que levaram as grandes corporações a enfrentarem dificuldades para sobreviverem, obrigando-as a se adaptarem e otimizarem significativamente suas estruturas.

Claro, que aqui não estou tratando das Big Tex, ou seja, as gigantes da tecnologia, como Amazon, Apple, Facebook, Google ou Mercado Livre para citar um exemplo do Brasil, que representam um monopólio não regulado e que pretendo abordar num próximo artigo, mas que destaco já, surfaram muito bem essa onda e expandiram ainda mais seus negócios, fortalecendo sua atuação e valorização junto ao mercado.

Continuando a atualizá-los sobre as novidades, outra dinâmica que foi extremamente modificada, trata-se da realização de eventos corporativos, pois todos que foram adaptados ao formato virtual, nunca mais retornaram a sua versão presencial original.

Da mesma forma, os hotéis com foco corporativo, sofreram grande redução a partir dessa nova dinâmica, ou seja, o conhecido turismo de negócio, perdeu força e sentido, mas em contrapartida, o turismo de entretenimento destacou-se e continuará crescendo exponencialmente, pois as pessoas buscam cada vez mais por experiências autênticas e diferenciadas, que garantam contato com a natureza, mas claro, que tenham suporte tecnológico e garantam conectividade, afinal, estar em rede nunca foi tão necessário como hoje.

Como sabem também por aí, o comércio foi modificado e a forma de consumir virtualmente foi acelerada e nunca mais freou. Hoje, passados quatro anos, as vendas através de plataformas eletrônicas são dominantes e em maior escala, comparadas as lojas físicas.

Claro que a tecnologia avançou e permitiu experiências diferenciadas, tanto para escolha de roupas, consultoria on-line, simulação de usabilidade, entre outros, o que tornou ainda mais forte a tendência e percepção da não necessidade do deslocamento até uma loja física. Os shoppings também, acabaram tornando-se prédios que passam a sensação de terem se perdido no tempo.

Os que não adaptaram seus ambientes com foco em serviços, entretenimento para toda família, gastronomia e vivências sensoriais e permeadas por consideráveis aparatos tecnológicos, foram exterminados. Ir ao shopping apenas para fazer compras, não faz mais parte de nossa sociedade em 2025.

Por fim, tentarei alertá-los sobre a questão mais relevante desse artigo. Como as pessoas estão conseguindo um emprego nesse futuro que logo será o de vocês também? Esse tema é amplo e não pretendo encerrá-lo nesse breve texto, mas já escrevi muito sobre a transformação dos mercados e sobre a supressão de empregos pela tecnologia, ou melhor, pela inteligência artificial, mas sempre destacando que essa tendência deveria ser algo positivo e usada a nosso favor, eliminando trabalhos insalubres e perigosos, como já aconteceu em muitos casos.

Apenas para citar um único exemplo, lembremo-nos de todos os trabalhadores que outrem eram empregados nas lavouras de cana-de-açúcar e foram substituídos pelas máquinas colheitadeiras. Acreditam que eles estão desempregados até hoje? Certamente que não.

Sendo assim, para introduzir esse tema tão relevante, as pessoas deveriam estar se preparando para esse novo salto há pelo menos duas décadas e, claro, políticas públicas eficientes deveriam ser criadas para garantir tal acesso a todas as classes sociais, como bem observado pelo saudoso sociólogo Betinho, lá em 2013, quando pronunciou essa frase, onde já manifestava considerável preocupação com o desemprego gerado pela ascensão tecnológica.

Assim prenunciou:

A tecnologia moderna é capaz de realizar a produção sem emprego. O diabo é que a economia moderna não consegue inventar o consumo sem salário..

Continua…