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⭐ Piracicaba, 15 de novembro de 2024 ⭐

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Seguro desemprego dos EUA: Inflação reflete na economia brasileira!

A perspectiva de juros mais baixos nos EUA pode resultar em uma valorização do real frente ao dólar, pois os investidores buscam retornos mais altos em mercados emergentes, como o Brasil.

 

Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos:

Os pedidos por auxilio desemprego vieram acima do que o mercado esperava, o número mais alto desde novembro de 2021. Isso sinaliza que o mercado de trabalho pode não estar consistente como se esperava a pouco tempo atrás, trazendo a tona a possibilidade de uma atitude do banco central Norte Americano sob o olhar da política monetária por lá. Contudo, o mercado não olha para essa divulgação de forma isolada e tende a aguardar os próximos desdobramentos em relação aos dados de empregos pra selar uma necessidade de reação mais incisiva quanto a taxa de juros Norte Americana. No Brasil, essa divulgação (de forma isolada) ainda não tem tanto impacto, e os investidores seguem atentos a sinais mais conclusivos de como anda o emprego e inflação por lá para que daí em diante, estimem os impactos relacionados a condução de politica monetária por lá e como isso tende a afetar os negócios por aqui.

 

Graziela Ariosi, estrategista-chefe da Swiss Capital Invest:

Os Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego nos EUA reportados hoje foram de 243.000, um aumento em relação aos 222.000 da semana anterior. O aumento dos pedidos indica uma possível desaceleração no mercado de trabalho, sugerindo que mais pessoas estão perdendo seus empregos. O Fed pode interpretar esse aumento como um sinal de fraqueza econômica e considerar cortes nas taxas de juros para estimular a economia dos EUA. Se o Fed optar por cortar as taxas de juros, investidores podem buscar mercados emergentes, como o Brasil, em busca de rendimentos mais altos, aumentando os fluxos de capital para o país, inclusive no setor do mercado imobiliário. Com tudo isso uma política monetária mais frouxa nos EUA pode enfraquecer o dólar, potencialmente fortalecendo o real brasileiro, além disso a volatilidade nos mercados financeiros dos EUA pode se refletir no Ibovespa, levando a possíveis flutuações no índice.

 

José Alfaix, Economista Da Rio Bravo.:

Divulgado nesta quinta-feira, o número de pedidos de seguro desemprego subiu para 243 mil. O crescimento superou as expectativas do mercado, que projetavam o número ao redor de 230 mil. Ao mesmo tempo, os pedidos contínuos se situam em 1,87 milhão, também acima do consenso de 1,85 milhão da última semana. O resultado do indicador, mesmo que secundário, corrobora para uma visão de desaceleração do mercado de trabalho. Tendo visto no começo do mês o desemprego saltar 0,1%, e os dados referentes a folha de pagamento privada revelando retração do ritmo de contratações, os resultados vão gerando confiança para o Banco Central americano, que se mostra muito atento ao maior dinamismo do mercado de trabalho em suas últimas atas.

 

Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus:

Saíram os dados de pedido de seguro desemprego nos Estados Unidos e eles surpreenderam, vieram mais fortes. A expectativa era 229, veio 243 e o anterior que era 222 foi revisado para 223, mostrando que está aumentando o desemprego nos Estados Unidos, o que só corrobora com o atual cenário de desaceleração da inflação e do emprego, e isso vai dando mais força ainda para corte de juros já em setembro no Banco Central americano lá nos Estados Unidos. Em compensação saiu a decisão de política monetária do Banco Central europeu e veio como era esperado, houve manutenção, não cortaram os juros e provavelmente a Europa também vai cortar juros em setembro junto com o Fed. Mas em todo caso esses dados de pedido de iniciais de seguro desemprego são positivos, tanto é que os mercados lá fora como a NASDASQ e S&P500B tem ganhado força, justamente porque é mais um fator que mostra que a economia está desacelerando e que está sentindo a atual taxa de juros; e esse é um cenário que fica cada vez mais factível para o corte de juros agora em setembro.

 

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike:

Os dados do seguro desemprego no EUA vieram acima do esperado mostrando que a economia dos EUA realmente vem enfraquecendo, e isso está muito em parcimônia com os últimos dados que vem saindo que mostram uma economia mais fraca, reagindo a taxa de juros de referência lá alta, vindo muito em consenso em relação aos últimos depoimentos dos dirigentes do FED. Porém o que me chama atenção nestes dados mais recentes é como houve uma virada nos últimos dois meses, pois primeiro a gente vinha com dados que não davam conforto ao FED em começar a diminuir a taxa de juros, e de um momento para o outro todos os dados começaram a enfraquecer e os próprios dirigentes do FED vem colocando que se esperar para chegar no centro da meta da inflação de 2% pode ser tarde demais para iniciar o movimento de corte de juros. Com isso me parece que o banco central americano tem que reagir rápido e com certeza já deve ocorrer o primeiro corte em setembro. Já em relação à economia brasileira, tudo isso acaba dando fôlego para o BC poder pensar em reduzir os juros aqui ao final do ano, e essa movimentação também impacta em relação ao índice Ibovespa, principalmente para o investidor nas ações das empresas que tem uma maior alavancagem e que sofrem mais com uma taxa de juros alta, que acabam ganhando fôlego nesse momento, e isso faz com que o impacto no Brasil seja muito positivo em todos os cenários.

 

André Colares, CEO da Smart House Investments:

Sinaliza uma leve pressão no mercado de trabalho americano. Este incremento, embora modesto, é um indicativo de que nem todos os setores da economia dos EUA estão se expandindo uniformemente. Para o Brasil, esse dado tem implicações mistas. Primeiramente, qualquer sinal de desaceleração no emprego dos EUA pode levar a uma postura mais cautelosa do Federal Reserve em relação aos juros, o que potencialmente enfraqueceria o dólar. Um dólar mais fraco poderia beneficiar o real brasileiro, tornando as exportações brasileiras mais competitivas. No entanto, se interpretado como um sinal de desaceleração econômica mais ampla nos EUA, isso poderia reduzir o apetite por risco globalmente, impactando negativamente os fluxos de capital para mercados emergentes, inclusive o Brasil. Portanto, enquanto monitoramos os efeitos diretos nos EUA, é crucial estar atento às possíveis oscilações que podem afetar a economia e os mercados financeiros brasileiros.

 

Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações.:

Os dados que saíram têm um impacto significativo na economia brasileira, dado o papel central dos Estados Unidos na economia global. Quando os pedidos de seguro desemprego aumentam além das expectativas, como aconteceu recentemente com 243 mil pedidos, isso pode sinalizar um enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano. Um mercado de trabalho mais fraco tende a reduzir o consumo e o investimento nos EUA, o que pode levar a uma desaceleração econômica. Essa desaceleração pode impactar negativamente as exportações brasileiras para os EUA, especialmente em setores como commodities e manufaturados, uma vez que a demanda por esses produtos pode diminuir. Além disso, os dados de seguro-desemprego também influenciam as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed). Um aumento nos pedidos pode levar o Fed a considerar cortes nas taxas de juros para estimular a economia. A perspectiva de juros mais baixos nos EUA pode resultar em uma valorização do real frente ao dólar, pois os investidores buscam retornos mais altos em mercados emergentes, como o Brasil. No entanto, essa valorização cambial pode tornar as exportações brasileiras menos competitivas, afetando negativamente a balança comercial.