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⭐ Piracicaba, 14 de novembro de 2024 ⭐

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Conheça as 3 barreiras que impedem a aceleração da Inteligência Artificial no varejo

Presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) explica os caminhos para fortalecer a presença da IA no segmento

            A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser tema inspirador para obras de ficção científica e hoje é uma das principais forças motrizes de transformação da realidade, seja no âmbito individual e/ou coletivo. Setores da economia já enxergam a IA não só como um novo “Midas”, mas como um possível pilar para a manutenção de um negócio a médio e longo prazo. E um dos segmentos onde a IA se faz presente é o varejo. Todavia, a Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade para a maioria das empresas do varejo?

Trabalhar a organização dos dados, repensar a arquitetura da informação e promover uma mudança cultural com foco nas competências dos colaboradores são os desafios que as empresas do varejo precisam superar para acelerar as questões envolvendo Inteligência Artificial. É o que aponta Eduardo Terra, Presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), palestrante e docente colaborador no curso de MBA Digital Business da USP. Em suas pesquisas para a produção do livro Inteligência Artificial no Varejo, Eduardo Terra diagnosticou que “os profissionais estão atentos às oportunidades trazidas pela IA, mas nem sempre percebem os desafios que dificultam a aceleração do uso da tecnologia”.

O presidente da SBVC relata também os fatores que deixaram de limitar o potencial da Inteligência Artificial e elevaram a tecnologia a um patamar de crescimento, difusão e discussão. Para Terra, o aumento exponencial dos dados, matéria-prima para IA, foi essencial para o cenário de expansão, assim como a computação em nuvem, que derrubou as limitações de acesso à capacidade de armazenamento e processamento desses dados. Concomitante, o avanço das questões de conectividade e aumento da capacidade computacional contribuíram para o cenário. A tecnologia 5G consegue dar vazão a uma grande quantidade de dados, fundamental para o funcionamento da IA e processamento computacional, cada dia mais barato e acessível, que manipula uma grande massa de informação.

As três barreiras internas nas empresas

Eduardo Terra explica que é necessário equalizar o contexto do boom vivido pela IA com o trabalho de rompimento das três barreiras que impedem a aceleração da tecnologia nas empresas de varejo.

  1. Organização dos dados – “É comum que os dados no varejo não estejam preparados para serem utilizados pelos sistemas de IA. Antes de investir em plataformas, é necessário avaliar se os dados existentes na empresa estão organizados e higienizados. Essa organização vai desde a padronização de formatos até a limpeza dos bancos de dados, consolidando, por exemplo, cadastros das lojas e do site que, com frequência, chamam a mesma pessoa de nomes diferentes”, contextualiza Terra.
  2. Arquitetura de Tecnologia – Os sistemas legados das empresas são inadequados para lidar com as novas necessidades informacionais, isso porque, possuem uma estrutura rígida que atendia a um cenário de poucas mudanças. Assim, o que acaba acontecendo é um esforço contraproducente dos desenvolvedores para adequação a uma outra realidade. Para Terra “é necessário migrar para uma arquitetura de tecnologia flexível, que usa APIs e microsserviços para facilitar a integração presente e futura dos sistemas”.
  3. Cultura e Competências – Segundo o Presidente da SBVC, a terceira barreira e a mais difícil a ser superada é a cultural. Implementar um trabalho menos intuitivo e mais técnico, municiado pela conteúdo informacional dos dados. A ideia é ter informações para correção de rotas de maneira ágil e melhoria nos processos, permitindo que os colaboradores foquem o tempo na geração de inteligência para os negócios. “A mudança da cultura deve ter como objetivo preparar os colaboradores, capacitando-os para obter 4 competências que considero essenciais para o sucesso do profissional do varejo no mundo da IA”, explica. As competências seriam:
  • Imaginação – A IA ainda está no processo embrionário e as possibilidades infinitas. É necessário um profissional que tenha imaginação para propor futuros possíveis.
  • Expressão – Além de propor um futuro possível, é imprescindível que o profissional saiba comunicar esse futuro com clareza. Expressar expectativas, visões, alternativas para a discussão de cenários e estratégias de negócios.
  • Fazer perguntas – A habilidade para formular boas perguntas e, consequentemente, obter boas respostas para problemas complexos.
  • Repertório – É necessário não somente uma cultura propicia para a construção do conhecimento, mas também uma política de retenção das equipes, pois o repertório se constrói a longo prazo.

Por fim, Eduardo Terra explica: “Precisamos transformar a agenda da prioridade da IA em uma agenda de realidade; e estas três barreiras apresentadas servem de referência para um trabalho de aceleração das iniciativas e projetos que podem gerar resultados de grande impacto no varejo, com aumento de receita, melhora de margem e redução de despesas”.