A catarata é uma alteração do cristalino, a lente natural do olho, e pode ocorrer devido à idade ou a outros fatores de saúde. A informação é do oftalmologista do plano Santa Casa Saúde Piracicaba, Fabrício Penha, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Ocular, lembrado nesta quarta-feira, 10 de julho. “A doença causa escurecimento ou opacificação do cristalino, levando à redução parcial ou total da visão. Entre os principais fatores de risco estão a idade avançada, doenças como diabetes, traumas oculares e o uso de alguns tipos de medicações”.

Para um diagnóstico correto, de acordo com o especialista, é essencial procurar um atendimento oftalmológico ao perceber qualquer redução na qualidade da visão. “O diagnóstico é feito por meio de um exame oftalmológico completo, que inclui refração, biomicroscopia e mapeamento de retina, entre outros. Exames complementares, como a tomografia de coerência óptica e a microscopia especular, podem ser necessários em alguns casos”, explica.

De acordo com Penha, o único tratamento eficaz para a catarata é a cirurgia. “Conhecida também como facoemulsificação, a cirurgia de catarata consiste em uma pequena incisão de cerca de três milímetros na parte anterior do olho, pela córnea. Através dessa abertura, o cristalino opacificado é removido com a ajuda de um aparelho ultrassônico e, em seguida, é realizado o implante de uma lente intraocular, que pode ser personalizada para cada paciente proporcionando uma grande recuperação visual”, esclarece o médico.

A cirurgia de catarata é rápida e segura e, de acordo com ele, tem evoluído significativamente em termos de complexidade e tecnologia nas últimas décadas. “Como é um procedimento ambulatorial, não necessita de internação hospitalar. Embora varie de acordo com cada paciente e com as características da catarata, em geral, a recuperação ocorre entre 10 a 15 dias, mas pode ser mais curta ou mais longa, dependendo do grau de intensidade da catarata e de eventuais problemas de córnea preexistentes”, disse.

Nos últimos anos, as inovações tecnológicas têm trazido avanços significativos para o tratamento da catarata, proporcionando maior rapidez e segurança ao procedimento cirúrgico, além da evolução das lentes intraoculares. Essas lentes possuem propriedades ópticas que não apenas restauram a visão, mas também podem corrigir o “grau” do olho, levando a uma maior independência do uso de óculos.

Penha informa ainda que a prevenção da catarata se dá pelas recomendações habituais para uma boa saúde, além da proteção solar para os olhos, pois a exposição ao sol pode acelerar o processo de opacificação do cristalino. “Não há evidências científicas de que suplementos vitamínicos ou outras medicações possam prevenir a catarata”, alerta.

O oftalmologista conclui, ainda, que não tratar a catarata pode levar a uma queda significativa da qualidade de visão e, consequentemente, da qualidade de vida; o que, segundo ele, afeta a capacidade de ler, praticar esportes, trabalhar, dirigir veículos e interagir socialmente, resultando em potenciais danos físicos e emocionais para o paciente e para aqueles que convivem com ele.