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⭐ Piracicaba, 21 de novembro de 2024 ⭐

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Dr.ª Beatriz Abrahão

Fisioterapia e Ergonomia

Traumatismo Crânio Encefálico (TCE)

Definição

O termo traumatismo craniano se refere a qualquer dano causado à cabeça devido a um trauma.

O termo mais correto, na verdade, é traumatismo crânio encefálico, porque inclui as partes moles (pele, subcutâneo, músculos), ossos cranianos e o conteúdo do crânio, incluindo o cérebro.

Os traumas podem ser leves, como uma sutil pancada sem consequências, até traumas graves, com risco de vida.

 

Causas

Os traumatismos normalmente acontecem devido à acidentes, sejam eles de trânsito, domésticos ou de qualquer natureza.

Também podem ser resultados de brigas e de qualquer situação de violência ou da prática de esportes, entre outros casos.

O TCE é uma lesão cerebral, transitória ou permanente.

Muitas vezes, os traumas à cabeça não geram qualquer tipo de consequência e não há necessidade de nenhum tratamento.

Em outras, há comprometimentos leves e passageiros, como sonolência, dores e até enjoos.

Um exemplo típico disso são as pancadas ou abalo violento, comuns em traumas de moderada intensidade durante a prática de esportes, com ou sem perda de consciência.

No entanto, há casos mais delicados, como sangramentos intracranianos que formam coágulos e que podem pressionar o cérebro, ou lesões diretas ao tecido nervoso.

Essas lesões necessitam tratamento especializado e podem ter consequências neurológicas graves, principalmente se houver atraso no atendimento médico.

 

Sintomas

  • Perda de consciência;
  • Perda de memória;
  • Confusão;
  • Tontura;
  • Agitação;
  • Enjoos;
  • Vômitos.

Alguns sintomas podem ser mais graves, como convulsões, rebaixamento no nível de consciência, alteração do tamanho das pupilas ou exteriorização de sangramento pelo nariz ou pelas orelhas.

Nestes casos, é fundamental garantir que tudo foi feito para o socorro chegar o mais rápido possível.

Vale a pena lembrar que alguns sintomas mais leves, em geral são associados a pancada ou abalo violento, como a dor de cabeça e a tontura leve, podem persistir por dias e até mesmo semanas.

Por isso, em algumas vezes, o acompanhamento médico deve ser mais longo.

O traumatismo craniano é um assunto sério, que pode gerar consequências graves e até irreparáveis à saúde. Por isso, agir rápido é a melhor opção.

Buscar atendimento o quanto antes aumenta de forma considerável as chances de recuperação da pessoa.

 

Consequências

Existem várias consequências físicas, cognitivas, comportamentais e emocionais, tais como:

  • Dificuldade de coordenação motora e equilíbrio;
  • Diminuição de força muscular;
  • Lentidão dos movimentos;
  • Fadiga;
  • Diminuição da atenção, concentração e memória;
  • Dificuldades na linguagem e comunicação;
  • Desenvolvimento de síndromes depressivas;
  • Alterações de humor súbitas;
  • Irritabilidade e ansiedade.

 

Classificação

São classificados em 3 categorias:

  1. Ligeiro: lesão mínima do exterior do crânio, sem perda de consciência, o paciente pode apresentar vômitos ou dores de cabeça;
  2. Moderado: lesão mais evidente do exterior do crânio e o indivíduo pode ter perdido a consciência por um breve período de tempo. Outros sintomas podem incluir perda de memória, tonturas, sonolência, náuseas e confusão. Em alguns casos é visível uma descoloração tipo nódoa (rocha) ao redor dos olhos ou atrás da orelha.
  3. Grave: uma lesão grave do exterior do crânio, muitas vezes, junto com lesões de outras partes ou órgãos corporais. Na maioria dos casos a pessoa fica inconsciente.

 

Diagnóstico

Deve ser feito por um médico neurologista, através de uma anamnese clínica e realização de uma tomografia.

 

Tratamento

O tratamento e complexo e o paciente deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, onde se inclui o fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, psicólogo, Apoio Social e médico neurologista.

A Fisioterapia tem um papel importante na reabilitação. O plano de intervenção deve ser diferente de sessão para sessão, de forma que haja diversos estímulos e motivação ao paciente. O papel do fisioterapeuta é manter a motivação do paciente durante todo o processo de reabilitação.

 

Objetivos da Fisioterapia

  • Minimizar as consequências do repouso prolongado no leito;
  • Aumentar a capacidade funcional física, cognitiva e comportamental.

É realizada fisioterapia respiratória para aumentar a capacidade funcional pulmonar devido à imobilização e internação por tempo prolongado.

Além disso, é realizada fisioterapia para reabilitação motora e que após avaliação cuidada é dado enfoque em exercícios terapêuticos passivos e ativos – assistidos para os membros inferiores e superiores bem como alongamentos.

É realizada também reabilitação da coordenação motora, propriocepção e equilíbrio em pé e sentado, treino de transferências de peso, treino de marcha e ensino de posicionamentos e transferências (de acordo com a tolerância do paciente e aumentando a dificuldade progressivamente).

 

A prevenção é o melhor caminho. Cuide-se, seu corpo agradece!