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⭐ Piracicaba, 15 de novembro de 2024 ⭐

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Proteínas encontradas no sangue podem indicar câncer com 7 anos de antecedência

Estudos apontam que em alguns casos, eles puderam prever que a doença iria aparecer com antecedência

Uma matéria publicada no site Jornal da Band (band.com.br), no último dia 15, escrita por Felipe Kieling, nos trouxe a informação que cientistas da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, descobriram 618 proteínas que são associadas com 19 tipos de câncer, entre eles pulmão, mama e intestino. Foi um vasto estudo que analisou 44 mil amostras sanguíneas.

Os pesquisadores analisaram as proteínas presentes em cada pessoa e fizeram comparações. Em alguns casos, eles puderam prever que o câncer iria aparecer com 7 anos de antecedência. A constatação é que a proteína pode ser um dos primeiros sinais de que algo está errado.

Para no esclarecer essas informações, convidamos os o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, que nos detalhou sobre o tema:

Este estudo publicado na Revista Nature,  em 15 de maio de 2024, envolve a identificação de biomarcadores proteômicos para prever o risco de câncer utilizando dados do UK Biobank. Esse tipo de análise é fundamental para avançar no entendimento dos mecanismos moleculares que podem levar ao câncer e, potencialmente, no desenvolvimento de estratégias preventivas ou terapêuticas personalizadas.

Aqui estão alguns pontos-chave que podem ser considerados no desenvolvimento do estudo:

 Seleção e Análise de Proteínas: Com 1.463 proteínas circulantes sendo examinadas, é crucial ter uma metodologia robusta para analisar e interpretar esses dados. Métodos estatísticos avançados, como análises multivariadas ou aprendizado de máquina, podem ser necessários para identificar as proteínas mais significativamente associadas a cada um dos 19 tipos de câncer estudados.

Design Prospectivo: A utilização de um design prospectivo, onde os dados proteômicos são coletados antes do diagnóstico de câncer, é uma abordagem forte. Isso permite estabelecer uma relação temporal entre os níveis de proteínas e o desenvolvimento subsequente de câncer, reforçando a argumentação para causalidade.

Exoma de Proteínas: O exoma proteico refere-se à análise de todas as proteínas codificadas pelo exoma do genoma. Isso pode proporcionar uma visão abrangente das proteínas que são realmente expressas e como elas podem estar envolvidas nos processos patogênicos do câncer.

Uso do UK Biobank: O UK Biobank é um recurso valioso devido ao seu grande tamanho amostral e dados genéticos e clínicos detalhados. A escolha de usar o UK Biobank permite uma análise generalizável e robusta, mas também exige considerações sobre a gestão de grandes conjuntos de dados e potenciais viéses populacionais.

Aplicações Clínicas: A identificação de proteínas que estão significativamente associadas ao risco de câncer pode levar ao desenvolvimento de painéis de biomarcadores para rastreamento de risco, diagnóstico precoce, ou até para a criação de novos alvos terapêuticos.

Validação e Replicação: Será essencial validar os biomarcadores proteômicos identificados em populações independentes e em diferentes contextos clínicos para confirmar sua utilidade e replicabilidade.

 Análise do texto sobre proteômica e risco de câncer 

Este texto discute o papel das proteínas no desenvolvimento do câncer e como novas técnicas proteômicas podem auxiliar na identificação de marcadores para diagnóstico e prevenção.

Pontos principais

  • Proteínas desempenham funções essenciais em diversos processos biológicos, incluindo o crescimento celular, que pode levar ao câncer.
  • Estudos anteriores identificaram algumas proteínas associadas ao risco de câncer, como o fator de crescimento semelhante à insulina-I e a microseminoproteína-beta.
  • Novas técnicas possibilitam medir simultaneamente milhares de proteínas no sangue, abrindo caminho para descobertas de novos marcadores.
  • Identificar fatores de risco usando apenas dados observacionais pode ser impreciso.
  • Variações genéticas influenciam a abundância de proteínas no sangue e podem servir como evidência complementar para associações proteína-câncer.
  • O estudo integra dados de coorte prospectiva e análise de variações genéticas para avaliar o risco de 19 tipos de câncer em 44.645 participantes do UK Biobank.
  • Proteínas associadas ao câncer são investigadas como fatores de risco causal usando análise de variações genéticas cis-pQTL e pontuação de risco genético exoma (exGS).

Possível uso clínico

 Diagnóstico precoce: Identificar proteínas associadas a diferentes tipos de câncer pode levar ao desenvolvimento de testes de rastreamento mais precisos, possibilitando o diagnóstico precoce da doença.

Alvos terapêuticos: Proteínas envolvidas no desenvolvimento do câncer podem ser alvos para novos tratamentos medicamentosos.

Avaliação de risco: Analisar variações genéticas associadas a níveis de proteínas pode auxiliar na identificação de indivíduos com maior risco de desenvolver câncer.

O texto enfatiza a importância da combinação de dados observacionais e genéticos para identificar proteínas com papel causal no câncer.

A pesquisa utiliza um grande número de participantes, o que aumenta a confiança nos resultados.

São necessários mais estudos para validar os achados e desenvolver ferramentas clínicas baseadas nessas descobertas proteômicas.

Este é um campo de pesquisa promissor que pode revolucionar a forma como diagnosticamos, prevenimos e tratamos o câncer.