Com a sensibilidade da Comissão de Humanização, pacientes encontram alívio e conexão por meio da música no ambiente hospitalar
No ambiente hospitalar, onde a rotina muitas vezes se entrelaça com momentos delicados, a sensibilidade e a dedicação das equipes de saúde podem ultrapassar os limites do cuidado físico para ‘revigorar os pacientes’. Na Santa Casa de Piracicaba, esse compromisso ganha vida por meio da atuação da CIH (Comissão Interna de Humanização), que busca proporcionar experiências que vão além do tratamento médico convencional.
Recentemente, uma cena singular foi registrada nos corredores da Unidade A do hospital, quando a Comissão de Cuidados Paliativos recebeu um pedido especial de um paciente, Maurino Esteves Rodrigues, que compartilhou ter sido sanfoneiro em sua juventude. “Em nosso prontuário afetivo para pacientes paliativos, descobrimos histórias preciosas, como a do paciente Maurino que, mesmo enfrentando a doença, carregava consigo o amor pela música e pelos instrumentos que já não conseguia mais tocar. Foi assim que surgiu a ideia de trazer um momento de conforto e alegria por meio da música para ele”, disse Marcia Costa, enfermeira de cuidados paliativos da Santa Casa.
Com a determinação de proporcionar um momento de alegria e nostalgia, a equipe da Comissão não mediu esforços para tornar o pedido de Maurino uma realidade. Foi então que na última sexta-feira (8), os músicos Gabriel Allan e Mineirinho entraram em cena, prontos para transformar aquele quarto de hospital em um “palco de emoções”.
O som da sanfona e da viola ecoou pelos corredores, alcançando não apenas os ouvidos, mas também os corações dos presentes. Pacientes de outros quartos foram tocados pela melodia que preenchia o ambiente, deixando seus leitos para se juntar à comovente serenata. Eles cantaram e se emocionaram ao som da viola e da sanfona,
Para Gabriel Allan, a experiência foi profundamente marcante. “Saber que eu atendi o último desejo de uma pessoa é indescritível, não tenho palavras. É uma mistura de emoções. Tocou demais meu coração.Todos deveriam sentir isso pelo menos uma vez na vida. Essa foi a primeira de muitas que quero fazer”, compartilhou o músico, refletindo sobre o significado especial desse momento que presenciou.
Emocionado e de poucas palavras, Maurino expressou no olhar e no sorriso o que esse momento representou para ele. “Gostei muito. Foi especial pra mim”, disse com brilho nos olhos.
Neste episódio, a ação conjunta da Comissão Interna de Humanização e da Comissão de Cuidados Paliativos foi além da esfera do tratamento médico, evidenciando a importância do cuidado integral e do respeito à individualidade dos pacientes. “Por meio da música, foi possível não apenas aliviar o sofrimento físico, mas também proporcionar conforto emocional e momentos de profunda conexão humana em meio às adversidades da saúde”, disse a vice-presidente da CIH, Liliane Lupi, responsável por ter conseguido os músicos para este evento.
A serenata improvisada no quarto do paciente Maurino não apenas trouxe alegria ao paciente, mas também ressaltou a beleza e a importância de gestos simples, porém significativos, no contexto hospitalar.