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⭐ Piracicaba, 6 de novembro de 2024 ⭐

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Relacionamento tóxico: por que estou em um?

Mesmo nos tempos atuais, com internet e facilidade no acesso às informações, as pessoas não estão isentas de sofrer desilusões amorosas ou serem enganadas em relacionamentos que pensam ser perfeitos e ideais.

Em algumas formas desses relacionamentos, o que mais gera problemas e traumas às vítimas é o tóxico.

Para se perceber que uma relação está nessa seara, muitos sinais podem ser notados, porém, sempre por quem está do lado de fora da situação.

Das muitas possibilidades de sinais, casos de violência física, abuso verbal, abuso sexual, ciúme excessivo, privação de vida social, criação de dependência emocional e financeira, abuso patrimonial, entre outros, já deveriam ascender todas as chamadas red flags em quem sofre com isso ou quem está por perto e com chances de notar tudo de forma mais rápida.

Entretanto, a vítima geralmente não consegue perceber todos esses problemas. Nos dias de hoje, o mais comum de se ver e pensar é que os culpados são, unicamente, os homens.

De fato, apesar de não haver um dado que exemplifique isso, a grande maioria dos casos é de homens causando todos os problemas citados em mulheres, podendo atingir níveis ainda maiores e mais absurdos dos que foram dados como exemplos.

Entretanto, essa ideia, mesmo que geral, possui suas exceções. Existem poucos casos onde uma mulher pode ser a agressora, causando diversos problemas a seus parceiros.

Mesmo assim, além de causar traumas às vítimas, esses relacionamentos servem de reforço para os abusadores, onde percebem o que conseguem afligir ao parceiro e como podem manter seus comportamentos tóxicos.

Porém, é necessário ver que o relacionamento pode ser problemático, também, de forma inconsciente, sem a pessoa perceber ou ter intenção de ser dessa forma.

Nos casos de ciúme excessivo, por exemplo, é possível identificar que houve um trauma anterior ao relacionamento, que pode ser o verdadeiro causador dos comportamentos considerados tóxicos.

De acordo com. Jair Soares, psicólogo e presidente do IBFT – Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas:

algo que pode acontecer é a projeção de um trauma passado em relacionamentos futuros. Uma mulher que viveu sem muito contato com o pai, desejando seu afeto e atenção, pode colocar essa necessidade em um namorado. Isso pode ocasionar na exigência de contato direto, de tempo em excesso juntos, de prioridade na vida da pessoa. No fim, um ciúme ao extremo pode aparecer. E o mesmo pode ocorrer com um homem cujo relacionamento com a mãe foi igualmente falho.

Em outras palavras, existem os relacionamentos tóxicos por culpa da personalidade e, também, transtornos psicológicos, e os que são culpa de  traumas.

Estes podem ser revertidos, contanto que a pessoa queira fazer um acompanhamento profissional para identificar a origem das características que causam os problemas na relação.

Há também aqueles, entretanto, que não são vistos como casos reversíveis. São pessoas com personalidades narcisistas, por exemplo.

Nesse caso, elas se aproveitam deliberadamente das fragilidades do parceiro, fomentando seu prazer próprio e prejudicando ainda mais a vítima.

Quando isso ocorre deve-se observar os motivos que fizeram a vítima entrar nessa espiral de maus-tratos e humilhações que ocorrem nesse tipo de relacionamento.

Nesses casos, os mesmos motivos que fazem uma pessoa ser tóxica, com ciúme excessivo, podem fazer o contrário, deixando a pessoa presa a alguém que aparenta suprir suas necessidades, mas, com o tempo, passam a explorar os sentimentos da vítima.

Jair Soares também ressalta a quantidade de pessoas, na sua maioria mulheres, que procuram os profissionais da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) para trabalhar os resquícios de uma relação abusiva.

A TRG vem se mostrando uma excelente alternativa para aquelas pessoas que não conseguiram êxito com as terapias convencionais.

Como ele mesmo afirma:

as experiências passadas podem causar problemas a si ou a outros. Evitar que isso ocorra é o ideal, mas, mesmo que isso já tenha machucado alguém, buscar ajuda psicológica é a melhor saída. Traumas, infelizmente, fazem parte da vida e exigem amadurecimento e autocuidado, e esse é o motivo principal de olhar para si próprio, para notar os problemas possíveis em um relacionamento.

Por isso, além de ir atrás de profissionais que podem ajudar, é importante se manter em contato com pessoas em quem se confia e prestar atenção a todos os detalhes.