É importante que os pais estejam presentes e atentos às necessidades emocionais de seus filhos durante momentos de crise e conflito
A guerra em Gaza tem sido um assunto amplamente discutido e acompanhado pelos meios de comunicação em todo o mundo. Diante dessa realidade, é natural que os pais se questionem sobre como abordar o assunto com seus filhos e qual a melhor forma de lidar com as emoções e preocupações que podem surgir.
A neuropsicóloga Juliana Gebrim destaca a importância de os pais estarem presentes e atentos às necessidades emocionais de seus filhos durante momentos de crise e conflito.
Ela ressalta que cada criança é única e reage de maneira diferente diante de situações traumáticas, portanto, é fundamental adaptar as orientações de acordo com a idade e o desenvolvimento de cada criança.
Juliana separou algumas dicas para orientar os familiares, confira!
1. Avalie a idade e o desenvolvimento da criança: Antes de decidir se a criança deve assistir às notícias ou falar sobre o assunto, é importante considerar sua idade e maturidade emocional. Crianças mais novas podem ter dificuldade em compreender a complexidade do conflito e podem se assustar com imagens violentas. Nesses casos, é recomendado protegê-las de informações excessivas e perturbadoras.
2. Mantenha um ambiente seguro: É essencial que os pais criem um ambiente seguro e acolhedor para que as crianças possam expressar suas emoções e fazer perguntas. Estar disponível para ouvir e responder às dúvidas dos filhos é fundamental para ajudá-los a processar o que estão vivenciando.
3. Seja honesto e use uma linguagem adequada: Quando as crianças perguntarem sobre a guerra em Gaza, é importante ser honesto, mas adaptar a linguagem à idade delas. Explique de forma clara e simples o que está acontecendo, evitando detalhes gráficos ou assustadores. Lembre-se de que a verdade é importante, mas também é necessário proteger a inocência das crianças.
4. Limite a exposição às notícias: A exposição excessiva às notícias pode ser prejudicial para as crianças, causando ansiedade e medo. É recomendado limitar o tempo que elas passam assistindo às notícias e, se possível, assistir juntos para poder explicar e contextualizar as informações.
5. Estimule a expressão de emoções: Encoraje seus filhos a expressarem suas emoções, seja através de desenhos, brincadeiras ou conversas. Mostre que é normal sentir medo, tristeza ou raiva diante de situações de conflito, e que eles podem contar com o apoio dos pais para lidar com essas emoções.
6. Promova a empatia e a solidariedade: A guerra em Gaza pode despertar sentimentos de impotência nas crianças. É importante promover a empatia e a solidariedade, mostrando que existem formas de ajudar, como doações para organizações humanitárias ou envio de mensagens de apoio. Isso ajuda a criança a se sentir mais ativa e a lidar com a sensação de impotência.
7. Busque apoio profissional, se necessário: Se a criança apresentar sinais de ansiedade, medo excessivo, pesadelos recorrentes ou mudanças significativas de comportamento, é recomendado buscar apoio profissional. Um psicólogo ou neuropsicólogo pode auxiliar no processo de compreensão e superação das emoções relacionadas à guerra.
Os pais devem estar presentes, acolher as emoções dos filhos e adaptar as informações de acordo com a idade e o desenvolvimento de cada criança. É fundamental criar um ambiente seguro, limitar a exposição às notícias, estimular a expressão de emoções, promover a empatia e buscar apoio profissional, se necessário. O cuidado e o suporte dos pais são essenciais para ajudar as crianças a enfrentarem esse momento difícil e a desenvolverem resiliência emocional, finaliza a especialista.