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Como enfrentar o assédio moral e sexual nas empresas?

Assédio Moral e Sexual - CIP
Foto: Paulo H. Carvalho / Agencia Brasília

Renata Torres, co-founder da Div.A, fala sobre a importância do papel das organizações em relação ao tema

Se com a pandemia os casos de assédio moral nas empresas diminuíram em 2020, segundo registros do Tribunal Superior do Trabalho, no ano seguinte o assunto voltou à tona com o aumento das denúncias. Foram quase 53 mil casos registrados em 2021. A reação veio em seguida, junto à criação da Lei 14.457 de 21 de setembro de 2022 que, além de estabelecer o Programa Emprega Mais Mulheres, acrescenta “assédio” ao texto da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), prevista pela Norma Reguladora 5 (NR5) do Ministério do Trabalho.

Para falar sobre o tema e alterações na agora Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA), a co-founder da consultoria Div.A Diversidade Agora e especialista em Diversidade e Inclusão, Renata Torres, falou sobre “Mudança de legislação sobre assédio nas empresas”. O encontro teve como intuito discorrer sobre a importância das empresas se organizarem em relação à capacitação sobre o tema do assédio, seja moral ou sexual.

A conversa teve início enfatizando que não são somente as empresas que possuem CIPA constituída que devem adotar uma posição de enfrentamento ao assédio por obrigação da lei, mas toda e qualquer empresa precisa combater esse problema.

Uma proposta que nós trazemos aos nossos clientes é a realização de um diagnóstico de cultura inclusiva, para entender como está o ambiente dentro dos times. Será que as pessoas estão se sentindo seguras para levar, seja por meio da liderança ou do canal de denúncia, o que estão experienciando no seu dia de trabalho?”, propõe Renata.

Após esta etapa de análise, a especialista explica que o próximo passo é a organização se capacitar para atender aos casos que vierem a acontecer e ter consciência de como pode ajudar aquelas pessoas colaboradoras que sofreram assédio.

A co-founder da Div.A enfatiza a necessidade de treinamentos, da criação de um código de conduta e de conscientização das pessoas colaboradoras, tanto de quem sofre assédio quanto de quem presencia. Renata também esclarece que não basta exigir atitudes dos funcionários, é preciso ter um posicionamento claro das lideranças.

Quando dizemos ‘liderar pelo exemplo’, significa que a liderança precisa ter atitudes e comportamentos que ela espera que as pessoas dentro da organização tenham. O código de conduta é importante, mas é ainda mais necessário que se viva esse comportamento e demonstre essas atitudes no dia a dia dentro da empresa”, reforça.

Por fim, Renata discorreu sobre a importância de estabelecer essas condutas e treinamentos para enfrentar o assédio nas empresas não pelo “politicamente correto”, mas porque é um problema real enfrentado por milhares de pessoas diariamente, além de ser uma obrigação legal.

Nós temos que estar conscientes de que tem pessoas que vão assimilar, entender e mudar seu comportamento e outras que provavelmente não vão. Portanto é preciso ficar muito claro até onde vai a responsabilidade da empresa e a consciência de quem efetivamente segue nesse padrão de comportamento. Para isso, as empresas precisam ficar atentas”, conclui.