Texto: Fernando Fray, produtor de moda

Quando o assunto é moda, o mundo se volta para uma trama que tem estado cada vez mais em ascensão: Emily em Paris. A série da Netflix, que combina um dos lifestyles mais cobiçados por grande parte da população, traz consigo um repertório de looks digno de uma das grandes capitais da moda.

Em sua terceira temporada, o papel de destaque ficou por conta dos figurinos, responsáveis por grande parte da narrativa, que chamou a atenção não somente dos amantes da moda, como também dos espectadores vidrados em uma boa interpretação.

A responsável pela caracterização das personagens, Marylin Fitoussi, relatou em entrevistas que foram escolhidas cerca de 40 mil peças, entre roupas e acessórios de marcas renomadas, como Christian Lacroix, Jean Paul Gaultier, Valentino, entre outros.

O que marca a linha histórica traçada por Marylin é a clara evolução indumentária da protagonista Emily, interpretada por Lily Collins, que decidida a permanecer em Paris, traz em sua bagagem norte-americana um pouco da cultura e sofisticação parisiense interpretadas de seu modo.

Combinações inesperadas e a grande aposta em tons vívidos e disruptivos, mesclam a contemporaneidade com o clássico, presente no hairstyle que faz alusão aos filmes de Jean-Lue Godard. A figurinista também buscou referências no streetstyle e exposições de fotografia para a composição dos visuais.

Partindo para perspectiva mais crítica, torna-se nítida a semiótica trazida pela relação entre as personagens na vestimenta, mesmo que de modo indireto. Seja na excentricidade descomedida que reflete sua vida amorosa, ou até mesmo sua ousadia presente nos looks da personagem Sylvie ao longo da trama, o que fica em evidência é a forma como uma simples combinação de peças pode exercer um papel tão grande de comunicação e expressão dentro da série.