Número de famílias atendidas pelo programa saltou de 9.564, em maio do ano passado, para 10.347 em abril deste ano
Com a geração de vagas de emprego em baixa, Piracicaba ganhou nos últimos 12 meses dois novos beneficiários do programa Bolsa Família – benefício assistencial pago pelo governo federal a famílias em situação de extrema pobreza – por dia. O número de famílias atendidas pelo programa saltou de 9.564, em maio do ano passado, para 10.347 em abril deste ano.
No mesmo período, o valor repassado para elas cresceu quase 15%, passando de R$ 1,6 milhão para R$ 1,8 milhão ao mês. Segundo o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), responsável pelo programa, cada família recebe, em média, R$ 182,94.
A cobertura do programa é de 95,31% em relação à estimativa de famílias pobres no município. Essa estimativa é calculada com base nos dados mais atuais do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o economista Francisco Crocomo, professor da EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba) e da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), o baixo número de empregos criados no município, aliado ao próprio crescimento populacional explicam o número maior de beneficiários.
O emprego não está negativo, mas também não é bom. Aí a população, especialmente a mais pobre, precisa de benefícios como esse para se manter. O princípio é que as pessoas consigam sair, com cursos de qualificação e trabalho. É o jeito de diminuir a pobreza”, analisa.

De acordo com o economista, apesar do baixo volume se comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) da cidade, o montante é importante porque é gasto, majoritariamente, com consumo.
“E o consumo é uma parcela importantíssimo para o PIB. A ideia do Bolsa família é sanar o problema da extrema pobreza e esse valor já está incorporado na economia. Não pode tirar. É um gasto importante e necessário”, explica.
Para receber o Bolsa Família é preciso estar inscrito no Cadastro Único, sistema que registra as informações sobre cada família de baixa renda, identificando seus membros e suas condições econômicas e sociais. Através dele, o governo federal concede ainda o BPC (Benefício de Prestação Continuada, destinado a idosos), e a tarifa social de energia elétrica.
Piracicaba conta hoje com 28,8 mil famílias inseridas no cadastro. O MDS estima que outras 18,2 mil deveriam fazer parte desse registro, já que possuem uma renda per capita abaixo de meio salário mínimo por mês.
Desde o início do ano, além de uma central de atendimento para o Cadastro Único – que fica na Rua XV de Novembro, 1219 – a Secretaria municipal de Assistência Social implantou um serviço itinerante de atendimento ao público-alvo. O calendário dessa equipe é divulgado no site da prefeitura.