Solução saudável e orgânica para refeições na 1ª infância
Quando se fala em introdução alimentar, é normal ficar em dúvida sobre “o que pode” e “o que não pode” no prato do bebê, principalmente a partir dos 6 meses de vida, já que é nesse período que a criança começa a ter curiosidade sobre os alimentos. Aqui no Brasil, o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, produzido pelo Ministério da Saúde, traz diretrizes sobre como deve ser a diversidade alimentar dos pequenos.
Na lista de alimentos, estão os cinco grupos alimentares:
- Carboidratos (que fornecem energia e calorias necessárias para o crescimento e desenvolvimento da criança)
- Leguminosas (ricos em proteína, ferro e fibras, fornecendo os aminoácidos necessários ao organismo)
- Proteínas (que fornecem ferro e outros nutrientes essenciais para a formação de ossos e músculos)
- Vegetais do tipo A e B (que têm função regulatória e garantem o funcionamento do sistema imunológico do desenvolvimento motor e cognitivo).
Contudo, em contraponto ao que é sugerido, uma pesquisa publicada pela Am J Public Health, em setembro de 2022, alerta que o consumo médio de gorduras saturadas, açúcares e sódio consumidos pelos pequenos se encontra acima do recomendado para as crianças. Ainda segundo o levantamento, 75% dos bebês não são alimentados exclusivamente com leite humano nos primeiros seis meses de vida e a maioria das crianças de 12 a 23 meses não ingerem as quantidades recomendadas de vegetais, frutas e lacticínios.
Para a nutricionista infantil Beatriz Saramago, da Jornada Mima, uma alimentação saudável e balanceada é indispensável para a saúde dos bebês.
A formação de hábitos saudáveis começa nos primeiros anos de vida e se reflete até a vida adulta. Esse maior acesso a variedade, pode ajudar a criança a ser menos seletiva em relação aos alimentos, a aceitar melhor comidinhas novas e diferentes, fazer as refeições com mais gosto e ter um menor desejo por bebidas açucaradas”, esclarece a responsável pela produção das refeições orgânicas e saudáveis da Jornada Mima – empresa especializada em alimentação para a primeira infância (período entre os primeiros meses de vida até os 6 anos de idade).
Quando o assunto são os primeiros meses de vida, Beatriz explica ainda que os pais precisam estar atentos aos sinais de prontidão que indicam que a criança está interessada em comer.
Interesse pela comida quando alguém está comendo perto dela, levar objetos à boca. Esses são sinais que o pequeno está interessado e curioso pelo alimento. Já depois dos seis meses, os sinais de fome costumam evoluir. E o bebê começa a se inclinar ainda mais em direção à colher, pegar os alimentos e apontar para a comida”, explica a nutricionista.
Para os pequenos continuarem interessados por alimentos saudáveis, a nutricionista Beatriz Saramago, explica qual postura a família deve ter:
Primeiro de tudo, a família precisa ser saudável. E consumir no dia a dia, junto com a criança, frutas, legumes, verduras, comidas saudáveis e coloridas”.
Açúcar, temperos e papinhas: pode ou não?
Outro ponto sensível na alimentação dos bebês é o açúcar. Sobre isso, a nutricionista ressalta: “O açúcar é proibido até os 2 anos de idade: Açúcar de adição (o que adicionamos por conta própria) de qualquer tipo, mesmo os de boa qualidade, como o mascavo e demerara; o açúcar também está presente em alimentos processados e ultraprocessados; bebidas açucaradas como o refrigerante, suco de caixinha; balas, doces (caseiros ou industrializados. Isso não é benéfico para os bebês. No preparo dos alimentos, quando chega o período em que os bebês podem consumir açúcar, a melhor opção seria o açúcar mascavo, ou outro açúcar de boa qualidade, não refinado. Que pode ser usado, por exemplo, no preparo de um bolo de frutas”, aconselha a especialista em alimentação infantil.
Quando falamos sobre temperos, a nutricionista explica ainda que são permitidos os naturais, após os 6 meses de vida. Além disso, Saramago informa que não são recomendados os apimentados, já que podem irritar a mucosa do estômago da criança. Os frescos e naturais, como cebolinha, alho, cebola, açafrão, por exemplo, são permitidos.
O que não é permitido são os temperos e caldos industrializados. Inclusive nem nós adultos deveríamos consumí-los, visto que contém sódio em excesso, corantes e aditivos artificiais que prejudicam a nossa saúde.”, completa a nutricionista.
Conhecida por ser um método tradicional, a “papinha”, é uma comidinha oferecida em consistência pastosa. Aos poucos, vão sendo substituídas por alimentos sólidos desfiados, em tiras ou picados em cubinhos. Beatriz Saramago explica que na preparação da papinha, os alimentos devem ser amassados com o garfo ou raspados, e até, separados no prato.
Isso porque, quando a comida é batida no liquidificador ou peneirada, os alimentos perdem fibras e tendem a ficar ralos, o que pode prejudicar a aceitação de sólidos no futuro. E também, acabam não estimulando o paladar, pois o bebê não consegue reconhecer o sabor de cada alimento”, ressalta a nutricionista.