Texto: Walter Duarte
Prevista no contrato de concessão da EixoSP, obra vai interligar as rodovias Fausto Santomauro (SP-127), Hermínio Petrin (SP-308) e Geraldo de Barros (SP-304)
O anúncio de um investimento bilionário da empresa Klabin na implantação de uma fábrica de papelão em Piracicaba fez com que a prefeitura decidisse pedir ao governo do Estado e à concessionária EixoSP a antecipação das obras do chamado “Anel de Contorno”, uma ligação viária entre três importantes rodovias que cortam o município: Fausto Santomauro (SP-127), que liga Piracicaba a Rio Claro, Hermínio Petrin (SP-308), que liga Piracicaba a Charqueada, e Geraldo de Barros (SP-304), que liga Piracicaba a São Pedro.
O projeto, orçado em aproximadamente R$ 160 milhões, já existe e faz parte do pacote de intervenções que a empresa responsável pelas rodovias precisa executar como contrapartida à cobrança de pedágio. No contrato assinado entre a concessionária e o governo estadual, contudo, ele aparece com prazo de execução entre os anos “cinco e seis” da concessão, que teve início em 2020.
Em outras palavras, a EixoSP só tem obrigação contratual de entregar as obras em 2026. Em entrevista coletiva, o prefeito Luciano Almeida (União Brasil) disse esperar que o cronograma de implantação da pista seja antecipado através de uma negociação entre Estado e empresa.
Estamos falando de um incremento de demanda da ordem de 700 a mil caminhões por dia, então nós vamos precisar do nosso anel viário para viabilizar esse empreendimento tão importante”, explica.
Negociações como essa, via de regra, exigem uma contrapartida do poder concedente. Seja através do adiamento de outras obras ou mesmo com a extensão do contrato.
Contorno atual
Hoje, Piracicaba tem um contorno rodoviário que interliga quadro rodovias: Açúcar, Luiz de Queiróz, Cornélio Pires e Deputado Laércio Cortes. A construção do trecho, contudo, foi problemática.
Sob responsabilidade da concessionária Rodovias do Tietê, as obras começaram em 2011 e foram interrompidas em 2013, após a queda de uma ponte sobre o Rio Piracicaba provocar a morte de cinco trabalhadores. Os trabalhos foram retomados somente em 2015. O anel viário foi colocado em operação em junho de 2016.
Nova fábrica
A Klabin já conta hoje com uma planta industrial de processamento de papel reciclável em Piracicaba. O projeto anunciado esta semana é para uma nova fábrica, com custo estimado para a primeira fase em R$ 1,6 bilhão, e que será erguida em um terreno de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados no distrito industrial Uninoroeste. O investimento anunciado é o maior da história do município.
A expectativa é de que a implantação da nova unidade gere até dois mil empregos, entre diretos e indiretos. Quando as operações tiverem início, em 2024, a estimativa é de que sejam contratados 500 trabalhadores.
Rodovia Hermínio Petrin faz parte do projeto Anel de Contorno de Piracicaba, que pode ter a construção antecipada
O secretário municipal Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, José Luiz Guidotti Júnior, comparou a chegada dessa planta à instalação, em Piracicaba, da primeira unidade da Caterpillar, ocorrida nos anos 70.
O projeto sustentável usará tecnologia inovadora na reciclagem de papéis, além de gerar milhares de empregos, seja na implantação, seja na operação fabril”, declarou.
A definição de Piracicaba como sede do investimento contou com a intermediação da Investe SP, agência de fomento do Governo do Estado.
Devemos destacar ainda a localização estratégica de Piracicaba neste processo, que facilita o escoamento de produtos, além das próprias condições de infraestrutura já existentes no Uninoroeste, como fibra ótica e energia já disponíveis para futuros investimentos”, concluiu Guidotti.
A Klabin
O grupo Klabin é o maior produtor e exportador de papéis para embalagens do Brasil, líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais e única companhia do país a oferecer ao mercado soluções em celuloses de fibra curta, fibra longa e fluff.
É a única empresa brasileira do setor de celulose e papel presente no Índice Mundial de Sustentabilidade da Dow Jones, que destaca as companhias com melhor performance global com base em critérios econômicos, ambientais e sociais de longo prazo.
Atualmente, a Klabin detém 11% do mercado de reciclagem do país, o que a torna a maior recicladora de papéis do Brasil. Também é a maior compradora de aparas de papelão do mercado, o que fomenta ainda mais a cadeia da reciclagem e da economia circular.
