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⭐ Piracicaba, 21 de abril de 2025 ⭐

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Impacto da conta de energia na Indústria deve ser repassado e gerar inflação

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Ao Piracicaba Hoje, empresário explicou que a energia elétrica é um dos custos fixos mais altos para a indústria

O impacto da bandeira escassez hídrica criada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não será absorvido pela indústria. O repasse para o consumidor final é a hipótese mais provável, o que deve resultar em inflação mais alta.

A análise é do 2º vice-presidente do Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), Erick Gomes.

Ao Piracicaba Hoje, ele explicou que a energia elétrica é um dos custos fixos mais altos para a indústria.

Isso (a alta) impacta nossos custos, principalmente com o PIB (Produto Interno Bruto) fraco”, disse.

A bandeira extra foi anunciada na terça-feira (31) e está valendo desde o dia 1º. A taxa é de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos. O novo patamar representa um aumento de R$ 4,71, cerca de 50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então o maior patamar, no valor R$ 9,49 por 100 kWh.

A decisão foi tomada em meio à crise hidrológica que afeta o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte geradora de energia elétrica no país. De acordo com o governo federal, é a pior seca em 91 anos. Com as hidrelétricas operando no limite, é preciso aumentar a geração de energia elétrica por meio de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto.

Para evitar o racionamento, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu o envolvimento de toda a sociedade na redução do consumo. Entre várias ações que precisam ser adotadas, ele entende que os grandes consumidores devem trocar de horário, reduzindo o consumo nos horários de pico.

Para Gomes, no entanto, fugir do horário de pico não é certeza de economia. “Depende da quantidade de energia contratada”, disse. Além disso, ele explica que, economicamente, é preciso calcular o custo-benefício entre gastar mais ou menos com energia e gastar mais ou menos com pagamento de adicional noturno. “É uma conta que tem que ser feita”, disse.

Escassez hídrica

A usina hidrelétrica, que gera energia a partir da força da água nos reservatórios, é a mais barata e a primeira opção do SIN (Sistema Interligado Nacional). Por isso, em épocas de muita chuva e reservatórios cheios, a bandeira tarifária costuma ser a verde, porque a energia está sendo produzida em grande capacidade e em condições favoráveis.

Em períodos de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como carvão, diesel e gás. Além de ser mais poluente, é menos eficaz e mais cara. Por isso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da geração de energia aumenta e a bandeira tarifária muda, já que as condições de produção ficam menos favoráveis.

Quem faz a avaliação das condições de geração de energia no país é o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). É ele que define a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda. Ela define a previsão de geração hidráulica e térmica, além do preço de liquidação da energia no mercado de curto prazo.

Mais cara

A cobrança da nova bandeira será feita até 30 de abril de 2022 e encarecerá a conta de energia, em média, em 6,78%, segundo a Aneel.

(Com informações da Agência Brasil)

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