Quem nunca se desesperou ao ver um bebê engasgando? O engasgo é motivo de medo entre as mães e, infelizmente, comum nos bebês. Por isso, ter conhecimento sobre como agir pode ser determinante
O engasgo das crianças é uma das situações que mais assusta os pais. É motivo de medo entre as mães e, infelizmente, comum nos bebês. Principalmente até o primeiro ano de vida, engasgos podem acontecer a qualquer momento. Por isso, saber identificar e agir quando uma criança engasga pode fazer toda a diferença.
Mas todo bebê engasga? Por que isso acontece? Não são todos os bebês que engasgam, mas a grande maioria, afirma a pediatra Gislaine Christofoletti Barone, o que torna o cenário bastante comum.
Isso acontece quando o alimento ou corpo estranho entra na via aérea – em direção aos pulmões – ao invés de seguir o trajeto normal pelo esôfago, em direção ao estômago. Os engasgos acontecem mais comumente em recém-nascidos até o final do primeiro mês de vida, nos bebês maiores até o sexto mês, e nas crianças menores de quatro anos”.
Amamentação
Gislaine orienta que a melhor posição para amamentar e evitar o engasgo é posicionar o bebê com a cabeceira elevada, na dobra do antebraço da mãe, e que a mesma esteja em uma posição confortável – com o bebê em uma posição mais sentada do que deitada – mas não deitado, mantendo suas narinas livres a fim de permitir boa passagem do ar e garantindo boa pega no seio materno.
Logo após a amamentação deve-se colocar o bebê para arrotar, em pé, segurando o mesmo em seu ombro por pelo menos 15 /20 minutos. Mesmo que não arrote é preciso mantê-lo em posição elevada nesse período para prevenir os engasgos. Somente após esse período pode-se colocar o bebê deitado e de preferência com a barriga para cima. O bebê jamais pode ser colocado na posição de bruços, pois a mesma tem relação com engasgo e sufocamento, levando a morte súbita”, diz.
O bebê engasgou, e agora?
Sem dúvida, é um momento de grande tensão. Nesta hora é preciso manter a calma e, se for recém- nascido, com até 29 dias de vida, Gislaine orienta a um adulto acionar o SAMU enquanto o outro efetua as seguintes manobras:
1. Manobra de Heimlich
Consiste em virar o bebê de barriga para baixo e, em seguida, escorar a cabeça do mesmo em seu antebraço deixando-a em uma posição mais baixa do que as pernas.
2. Dar batidas leves nas costas
Pode ser que retorne leite e assim o bebê voltara a respirar novamente.
3. Colocar o bebê, em seguida, de barriga para cima no seu colo
A fim de verificar que o mesmo voltou a respirar e, só então, verificar se há algum corpo estranho em sua cavidade oral.
Para evitar o engasgamento é preciso que, se estiver em aleitamento materno, evitar mamas muito ingurgitadas, o que favorece uma maior quantidade de leite sendo deglutido pelo bebê. È preciso também, como dito anteriormente, manter livres boca e narinas, além de se certificar da posição para amamentação, com o bebê posicionado com a cabeceira elevada e com a pega correta. Se o bebê está em uso de bicos, se atentar ao tamanho do furo do bico da mamadeira, a fim de evitar maior fluxo de leite não controlado”, detalha a pediatra.
É muito importante também que os pais fiquem atentos aos sinais de engasgamento. São eles:
- Boca arroxeada
- Palidez ou vermelhidão na face
- Choro fraco
- Respiração rápida e ofegante, pausas respiratórias
- Tosse, ânsias ou vômitos
- Choro durante amamentação
Engasgamento x sufocação
Sim, existe diferença entre engasgamento e sufocação. Na sufocação, Gislaine explica que ocorre a cobertura total ou parcial do nariz e ou da boca, que resulta na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Já no engasgamento acontece a obstrução de vias aéreas que impede que o ar chegue aos pulmões. Esse impedimento pode acontecer devido a objetos de qualquer natureza, seja alimento ou corpo estranho.
No caso da sufocação é preciso retirar o agente causador o mais rápido possível, seja ele de qualquer natureza. Esse processo deve ser rápido para desobstruir as vias aéreas e reestabelecer a respiração”.
As crianças são mais vulneráveis a sufocação e ao engasgamento afirma a médica, que indica a seguir as causas:
1. Características físicas e anatômicas
As vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe e parte superior da traqueia) são pequenas e mais estreitas;
2. Características comportamentais próprias do desenvolvimento infantil
Curiosidade, brincadeiras em que os bebês e as crianças menores de três ou quatro anos tendem a colocar objetos na boca;
3. Situações de risco
Seja em bebês dormindo em berços com acessórios (panos, cobertas, almofadas, travesseiros, protetores de berços, naninhas e etc.), que facilitem o sufocamento, seja em crianças menores de quatro anos com brinquedos e sem acompanhamento.
Alimentos mais perigosos
- Frutas secas em geral
- Sementes
- Nozes, amendoins
- Uvas inteiras
- Pipocas
- Queijos
- Alimentos duros e pegajosos
- Pedaços de carne