Foto: Antonio Trivelin
O número de empresas do setor saltou de 4.992 em abril de 2019 para 5.792 em abril deste ano, o que significa alta de 16%
A força do agronegócio está em evidência no Brasil e Piracicaba, com economia diversificada, viu aumentar 800 empresas no setor no período de abril de 2019 a abril de 2020.
De acordo com pesquisa IPC (Índice de Potencial de Consumo) Maps, o número de empresas do ramo saltou de 4.992 para 5.792 neste ano, o que significa alta de 16%.
O setor foi o único que se salvou na economia piracicabana. Segundo o levantamento, no mesmo período o número de estabelecimentos comerciais em Piracicaba caiu de 16.291 para 12.855 o que significa o fechamento de 3.436 lojas e o setor industrial teve queda de 9.112 para 8.504, o que significa fechamento de 608 empresas. O setor de serviços também teve queda: o número de empresas instaladas na cidade nesse ramo caiu de 26.755 para 25.659.
De acordo com a assessoria de imprensa do IPC Maps, o levantamento é feito “com base na quantidade de empresas, segundo o CNPJ do Ministério da Economia e a RAIS do Ministério do Trabalho, além de consultas constantes ao site da Receita Federal, no que diz respeito a abertura e fechamento de empresas”.
Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, diz que “o agribusiness vem tendo resultados positivos ao longo dos últimos anos, ao contrário do que acontece com o restante da economia brasileira e isso se reflete na quantidade de empresas do setor”.
Ao Piracicaba Hoje, lembra que, com exceção do agronegócio, o número de empresas no Brasil caiu de forma generalizada. “A gente faz esse estudo desde 1995 e, mesmo naquele ano, o número de empresas do ano comprado com ano anterior foi maior. Pela primeira vez o número de empresas no Brasil caiu. O agronegócio é exceção e comércio pagou caro pela crise”, disse.
Para o professor de economia Francisco Crocomo, da EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba) e Fatep (Faculdade de Tecnologia de Piracicaba), o número de novas empresas do agronegócio na cidade mostra a força da cidade no setor. Além disso, ele destaca a incubadora de empresas da área de tecnologia ligada ao agronegócio EsalqTec. “Eu acho que é uma característica do Brasil e de Piracicaba. Oitocentas empresas é um número expressivo e acredito que tenha muitas dessas empresas ligadas à tecnologia”, disse.
O gerente executivo da EsalqTec, Sérgio Barbosa, explica que Piracicaba é uma referência no setor de tecnologia para o agronegócio e que percebeu aumento no número de empresas no setor. “O agronegócio é um setor que se mantém muito mais ativo que os demais setores e houve também um crescimento”, disse.
Para ele, Piracicaba se firma, atualmente, como produtora de serviços para o agronegócio. “Em Piracicaba tem essa tradição da cultura da cana de açúcar, mas (a cidade) está se transformando em produtora de tecnologia e insumos”, explica.