Profissão está na linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus

Despercebido para a maioria da população em anos anteriores, este ano o 12 de maio tem um caráter especial. Nesta data, é comemorado o Dia Internacional do Enfermeiro.

A profissão, assim como os médicos, está na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Nunca o trabalho dos profissionais de enfermagem foi tão importante. O cuidado com pacientes, consigo e com a família que a espera em casa, preocupa e obriga enfermeiras e enfermeiros a adotarem procedimentos cada vez mais rigorosos.

Situação parecida, os profissionais de enfermagem viveram na época do H1N1, mas não com essa intensidade. A avaliação é da gerente assistencial do HFC (Hospital dos Fornecedores de Cana), Luciane Torrano, enfermeira há 21 anos. “Na época do H1N1 os pacientes morriam muito rápido e não tinha diagnóstico. A minha aflição agora é que as pessoas estão tratando a covid-19 como uma corrida de 100 metros, mas ela deve ser tratada como uma maratona”, afirma.

A enfermeira alerta para a importância da população se atentar para as medidas de combate ao coronavírus. “O cenário pode piorar porque muitos profissionais de saúde também estão ficando doente. A mão de obra também vai ficar escassa”, disse.

Ela lembra, no entanto, que os profissionais são submetidos a diversos treinamentos para evitar o contágio.

O grande risco é contaminar na desparamentação. A gente tem que trabalhar muito essa questão, que é o momento onde os colaboradores têm mais se contaminado”, diz.

Para ela, o isolamento social é imprescindível e alerta: “Os lugares estão fechados, mas as famílias se reúnem em casa. Há muitos casos de pessoas que se contaminam entre família. Observe que depois da Páscoa (quando muitas famílias se reuniram), que foi o primeiro grande feriado, o número de casos aumentou”, disse.

A coordenadora da Unidade Coronariana da Santa Casa de Piracicaba, Cláudia Beatriz Bortoleto, enfermeira há vinte anos, compartilha opinião parecida. Para ela, o desafio é lidar com essa nova situação, principalmente para liderar uma equipe.

Precisamos estudar bastante porque os protocolos mudam. Temos que dar treinamento e deixá-los (os profissionais de enfermagem) tranquilos frente a essa confusão que está acontecendo. Nunca vi nada parecido”, disse.

A enfermeira Denise Correia de Oliveira Lautenschlaeger, há 23 anos na profissão, explica que a velocidade de transmissão do coronavírus é um dos fatores mais preocupantes.

A velocidade da transmissão é a facilidade da transmissão. Isso tira da população a sensação de controle e do profissional a segurança de manejo da doença. Sou solidária e entendo o impacto na vida das pessoas mas, para dar conta, o isolamento social é fundamental”, diz ela, que é diretora de cuidado da Santa Casa.