Depoimentos devem ocorrer nesta sexta-feira (6); Zambelli está fora do Brasil e também é investigada pela Polícia Federal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento nesta sexta-feira (6) em dois inquéritos distintos.
Um deles está relacionado à atuação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o outro apura ações atribuídas à deputada Carla Zambelli (PL-SP), que se encontra fora do país.
Ambas as investigações fazem parte do conjunto de frentes abertas pela PF no âmbito dos inquéritos que apuram supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito, incluindo tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, incitação à desobediência civil e possível envolvimento em tramas golpistas após as eleições de 2022.
Caso Eduardo Bolsonaro
No primeiro inquérito, Eduardo Bolsonaro é investigado por sua suposta participação em articulações antidemocráticas e por falas que sugerem afronta às instituições.
A presença do pai no depoimento busca esclarecer se houve envolvimento direto ou conhecimento prévio de atos considerados ilícitos.
Caso Carla Zambelli
O segundo depoimento diz respeito à deputada Carla Zambelli, alvo de apuração por envolvimento em ataques virtuais coordenados contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades eleitorais.
A parlamentar está atualmente fora do Brasil, o que tem dificultado o andamento dos procedimentos investigatórios.
Bolsonaro, embora não seja formalmente acusado nesses dois casos, é considerado peça-chave para entender o contexto das articulações políticas internas no período pós-eleitoral.
Defesa e desdobramentos
A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou oficialmente sobre os depoimentos marcados para hoje.
O conteúdo das oitivas, que serão conduzidas por investigadores federais em Brasília, deve permanecer sob sigilo até nova decisão judicial ou avanço das investigações.
Especialistas avaliam que a oitiva de Bolsonaro pode influenciar o rumo das investigações, sobretudo no que diz respeito à eventual responsabilização de agentes públicos por ataques ao sistema democrático e pela disseminação de desinformação institucionalizada.