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⭐ Piracicaba, 14 de junho de 2025 ⭐

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Dr.ª Beatriz Abrahão

Fisioterapia e Ergonomia

Nervo Vago

O que é o nervo vago?

 O nervo vago, também chamado de nervo craniano X, é o mais longo dos nervos cranianos e está envolvido no controle das funções parassimpáticas do corpo. Ele se origina no tronco encefálico, mais precisamente no bulbo, e inerva diversos órgãos, como coração, pulmões e trato gastrointestinal. Suas funções incluem a regulação da frequência cardíaca, controle dos processos digestivos, modulação da resposta imune e conexão entre o cérebro e o sistema nervoso periférico.

Ramos do nervo vago:

No seu trajeto, o nervo vago possui ramos se conectando com órgãos como a faringe, laringe, esôfago, coração, intestino e pâncreas e, através deles, o cérebro percebe como estão esses órgãos e controla o seu funcionamento.

Funções do nervo vago:

  • Ativar os reflexos da tosse, deglutição e vômito;
  • Contração das cordas vocais para a produção da voz;
  • Regular os batimentos cardíacos, causando a sua diminuição;
  • Controle dos movimentos respiratórios;
  • Estimular a constrição dos brônquios;
  • Promover a contração do sistema linfático;
  • Coordenar os movimentos do trato digestório, como o do esôfago e do intestino;
  • Estimular o aumento da secreção gástrica;
  • Promover a produção de suor, saliva e muco.

Além disso, o nervo vago divide algumas das suas funções com o nervo glossofaríngeo, especialmente na região do pescoço, em que são responsáveis pelo paladar. O nervo vago está relacionado à sensação do sabor azedo e, o glossofaríngeo, do sabor amargo.

Sintomas do nervo vago inflamado:

Na presença de alterações no funcionamento do nervo vago, alguns sintomas podem ser notados, como:

  • Náuseas e vômitos;
  • Mudança na frequência cardíaca e na pressão arterial;
  • Diminuição do apetite e perda de peso;
  • Perda da voz ou rouquidão;
  • Tonturas ou desmaio;
  • Dor e inchaço abdominal;
  • Refluxo gastroesofágico.

Em caso de suspeita de problemas do nervo vago, é recomendado consultar um neurologista. O profissional vai realizar testes específicos para avaliar o funcionamento do nervo vago e solicitar exames, como a ressonância magnética.

Estimulação do nervo vago:

A estimulação do nervo vago é um tipo de tratamento de neuromodulação em que um pequeno aparelho, semelhante ao marca passo cardíaco, é implantado debaixo da clavícula esquerda.

Esse aparelho envia estímulos elétricos ao nervo vago, estimulando o tronco cerebral, alterando a forma com as células cerebrais se comunicam.

A estimulação do nervo vago pode ser indicada em alguns casos de epilepsia, depressão resistente ao tratamento com remédios ou reabilitação do AVC, por exemplo.

Como relaxar o nervo vago?

Respiração diafragmática é uma técnica de relaxamento indicada para aliviar os sintomas de ansiedade, estresse ou crises de pânico, ou para melhorar a capacidade respiratória.

Nessa técnica, o movimento respiratório é feito com o diafragma, permitindo expandir melhor os pulmões e ativar nervos parassimpáticos, que agem sobre o sistema cardiovascular, pulmonar, gastrointestinal e cérebro.

A respiração diafragmática, também conhecida como respiração abdominal ou respiração profunda, pode ser feita na posição sentada ou deitada, sendo importante não forçar a expiração e não movimentar o peito ao inspirar o ar.

Todas essas orientações devem ser por um fisioterapeuta, para que o paciente seja bem orientado.

Os principais benefícios da respiração diafragmática são:

1. Alivia os sintomas de ansiedade: a respiração diafragmática aumenta os níveis de oxigênio no corpo e reduz a pressão sanguínea, a frequência cardíaca e a tensão muscular;

2. Reduz o estresse: redução dos níveis do hormônio cortisol no corpo, que quando estão altos podem causar sintomas físicos e emocionais do estresse;

3. Diminui a tensão muscular: aumentam os níveis de oxigênio, a respiração diafragmática melhora a oxigenação dos músculos, o que também contribui para o relaxamento muscular, reduzindo a tensão;

4. Alivia os sintomas do estresse pós-traumático: promove o relaxamento e reduz a tensão muscular. Essa técnica é especialmente importante em momentos de crise de ansiedade do estresse pós-traumático;

5. Melhora a função respiratória: por ser uma técnica de respiração profunda, a respiração diafragmática pode ajudar a melhorar a função respiratória e a troca gasosa nos pulmões;

6. Reduz a dor crônica: A respiração diafragmática é uma ótima técnica respiratória para ajudar a reduzir a dor crônica causada por artrite, câncer, dor de cabeça, dor no ciático, nas costas ou pescoço, por exemplo;

Além disso, a respiração diafragmática pode ajudar a reduzir a dor pós-operatória.

7. Aumenta a energia e a motivação: a respiração diafragmática aumenta os níveis de oxigênio no corpo, músculos e também no cérebro. Promove a liberação de endorfina e reduz o cortisol, promovendo o relaxamento, e a sensação de bem-estar;

8. Melhora a concentração: aumentar os níveis de oxigênio no cérebro;

9. Fortalece o sistema imunológico: reduz os níveis de cortisol no corpo e o estresse.

10. Alivia problemas gastrointestinais: ao fazer a respiração diafragmática, o músculo diafragma faz uma leve “massagem” no intestino e estômago, acalmando o sistema gastrointestinal. Além disso, a respiração diafragmática ativa o sistema parassimpático que está relacionado ao relaxamento do corpo e digestão. Pode ajudar a aliviar problemas gastrointestinais, como dor abdominal, prisão de ventre ou diarreia relacionada à ansiedade ou estresse.

Os principais efeitos da respiração diafragmática no corpo são:

  • Ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento do corpo;
  • Reduz a pressão arterial e os batimentos cardíacos;
  • Diminui os níveis de cortisol no corpo, que é o hormônio relacionado ao estresse;
  • Aumenta os níveis de oxigênio em todo o corpo e a saturação de oxigênio;
  • Melhora a estabilidade muscular, principalmente do core; abdominal;
  • Aumenta a eficiência do retorno venoso;
  • Melhora a ventilação pulmonar.

A respiração diafragmática pode ser feita na posição deitada ou sentada da seguinte forma:

Respiração diafragmática na posição sentada:

  1. Sentar em uma cadeira ou no sofá, de forma confortável e com as costas retas;
  2. Fechar os olhos e manter os ombros relaxados;
  3. Colocar uma mão sobre o umbigo, e a outra mão sobre o peito;
  4. Inspirar lentamente pelo nariz, expandindo a barriga e as laterais da cintura. O peito deve permanecer relativamente sem mexer ou imóvel;
  5. Expirar o ar pela boca lentamente, com os lábios semiabertos, contraindo os músculos da barriga para dentro.

A respiração diafragmática pode ser feita de 5 a 10 minutos, cerca de 2 vezes por dia, ou sempre que ocorrerem crises de ansiedade, ataque de pânico ou estresse.

Respiração diafragmática na posição deitada:

  1. Deitar com a barriga para cima na cama, sofá ou em uma superfície plana;
  2. Dobrar os joelhos, mantendo os pés apoiados no chão;
  3. Colocar uma mão na barriga e a outra sobre o peito;
  4. Inspirar lentamente pelo nariz, deixando o ar entrar profundamente, em direção à barriga, sem movimentar o tórax;
  5. Expirar o ar lentamente pela boca, com os lábios franzidos, movimentando a barriga, como se estivesse indo em direção às costas.

A mão sobre a barriga e o peito serve para a pessoa observar se o movimento da respiração diafragmática está sendo feito corretamente. Isso porque a mão que sente o movimento é a que está sobre a barriga devido ao movimento do diafragma, e a mão sobre o peito praticamente não se move.

A prevenção é o melhor caminho!

Cuide-se, seu corpo agradece!