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⭐ Piracicaba, 8 de junho de 2025 ⭐

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Brasil investiga 12 casos suspeitos de gripe aviária e intensifica vigilância sanitária

Foto: Adobe Stock

Estados como Tocantins, Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentram as suspeitas; impactos econômicos e risco sanitário exigem atenção redobrada também no interior de São Paulo

O número de casos suspeitos de gripe aviária no Brasil subiu para 12, segundo atualização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta sexta-feira. As investigações em curso abrangem sete estados: Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pará, Tocantins e Santa Catarina. Diante do avanço dos casos, o governo federal intensificou as medidas de vigilância e contenção da doença, que ameaça não apenas a saúde animal, mas também a economia nacional.

Desde a confirmação do primeiro foco em uma granja comercial em Montenegro (RS) no dia 16 de maio, novas suspeitas surgiram, incluindo um foco no zoológico de Sapucaia do Sul, também no Rio Grande do Sul. Em granjas comerciais nos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC), amostras estão em análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA-SP). Até o momento, os exames não permitiram o sequenciamento direto do vírus, devido à baixa carga viral ou possível degradação do material genético. As amostras foram então inoculadas em ovos embrionados, buscando isolar o vírus e permitir exames complementares.

Outros casos suspeitos envolvem aves silvestres e de subsistência, sem registros de infecção em humanos até o momento. Contudo, a confirmação da doença em aves comerciais levou mais de 30 países – entre eles, China e União Europeia – a impor restrições às importações de produtos avícolas brasileiros. O impacto é significativo: o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com mais de 5,2 milhões de toneladas embarcadas em 2024, gerando US$ 9,9 bilhões em receitas. Apenas um mês de embargo chinês representa uma perda estimada em US$ 100 milhões.

Risco para o interior paulista
Embora não haja casos suspeitos registrados no estado de São Paulo até o momento, a proximidade com regiões afetadas e o intenso fluxo interestadual de aves e produtos avícolas requerem atenção das autoridades sanitárias locais. O interior paulista, em especial a região de Piracicaba, que concentra importantes centros de produção agropecuária e logística, pode ser afetado indiretamente caso o cenário evolua para restrições mais amplas de comercialização ou transporte.

Especialistas alertam que a vigilância deve ser redobrada em propriedades rurais e granjas da região. Medidas como o controle de acesso, higiene rigorosa e comunicação imediata de mortes suspeitas de aves são fundamentais para prevenir a disseminação do vírus H5N1.

Medidas emergenciais
O Mapa já implementou barreiras sanitárias e um protocolo de vazio sanitário de 28 dias nas áreas afetadas. Se não houver novos registros de contaminação neste período, o país poderá declarar a erradicação da doença nessas regiões específicas, segundo diretrizes internacionais.

O governo brasileiro também negocia com países importadores para que eventuais restrições sejam aplicadas de forma regionalizada, evitando sanções sobre todo o território nacional.

A Folha de Piracicaba continuará acompanhando os desdobramentos da gripe aviária e os possíveis reflexos na economia e sanidade animal da região. Produtores e consumidores devem manter-se atentos às orientações oficiais e adotar práticas preventivas.

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