Imunizantes contra o vírus H5N1 foram aprovados em caráter emergencial por ao menos dez países e estão sendo estocados como medida preventiva
Em resposta ao avanço global do vírus da gripe aviária H5N1 e ao temor de uma nova pandemia, ao menos dez países aprovaram vacinas contra a cepa em caráter emergencial e iniciaram sua estocagem como medida preventiva.
A decisão reflete a preocupação com o potencial de transmissão do vírus para humanos e com sua crescente presença em diferentes espécies animais.
Estratégias internacionais de contenção
O Reino Unido adquiriu cerca de cinco milhões de doses de vacina contra o H5N1, enquanto o Canadá firmou acordo para garantir 500 mil doses iniciais do imunizante Arepanrix, voltadas para trabalhadores rurais e profissionais de saúde.
Na Finlândia, a vacinação já foi iniciada entre trabalhadores agrícolas com doses provenientes de um acordo europeu com a farmacêutica CSL Seqirus.
Nos Estados Unidos, o governo mantém estoques estratégicos de vacinas aprovadas contra o H5N1, destinadas prioritariamente a grupos de risco.
A União Europeia, por sua vez, homologou quatro vacinas preparatórias para cenários de pandemia: Foclivia, Adjupanrix, Incellipan e um imunizante da AstraZeneca.
Todas são adaptáveis a possíveis mutações virais e poderão ser aplicadas de forma ampla, caso o vírus evolua para transmissão sustentada entre humanos.
Brasil fortalece vigilância e prepara imunizante nacional
No Brasil, o Ministério da Saúde trabalha na formação de um estoque de vacinas e no desenvolvimento de um plano nacional de contingência.
O Instituto Butantan, referência em imunobiológicos, já iniciou a produção de uma vacina específica contra o H5N1, baseada no monitoramento genético de cepas com maior risco pandêmico.
Segundo especialistas, a ação preventiva é fundamental para evitar os impactos enfrentados durante a pandemia de Covid-19. Embora o H5N1 ainda não apresente transmissão sustentada entre humanos, sua capacidade de infectar mamíferos — incluindo bovinos nos Estados Unidos e cavalos na Mongólia — preocupa cientistas e autoridades sanitárias em todo o mundo.
Ameaça em evolução
O H5N1, subtipo da influenza A, está amplamente disseminado entre aves silvestres e domésticas e já causou surtos com alto índice de mortalidade.
Apesar de raros, os casos em humanos são frequentemente graves, com taxa de letalidade superior a 50%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A comunidade científica acompanha de perto mutações genéticas do vírus que possam facilitar sua adaptação ao organismo humano.
A possibilidade de um salto evolutivo acende o alerta para uma resposta global coordenada.